Fotografia de Djohar Tsarnaev no site VKontakte: rede social ficou evidenciada recentemente pela presença de um dos suspeitos do atentado de Boston (Alexander Demianchuk/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2013 às 10h43.
Moscou - A principal rede social da Rússia foi brevemente proibida por autoridades nesta sexta-feira, em um movimento caracterizado como um "erro", mas que ocorreu após a intensificação da pressão do governo sobre a empresa.
A VKontakte, a maior rede social da Europa criada no continente, com 210 milhões de usuários registrados, foi colocada durante a noite em uma "lista negra" de sites impedidos de distribuição de conteúdo dentro da Rússia. Horas depois, a proibição foi suspensa.
O fundador da empresa, Pavel Durov, entrou em conflito com autoridades russas no passado por proporcionar um fórum de debate a ativistas da oposição, para organizarem protestos contra o presidente russo, Vladimir Putin.
"Isso aconteceu por engano", disse o porta-voz do órgão regulador das comunicações da Rússia, Roskomnadzor, Vladimir Pikov. "Nesse caso, alguém acionou uma configuração contra o endereço da rede social. O site foi retirado da lista e as restrições de acesso a ele foram suspensas." Durov, 28 anos, fundou o VKontakte em sua cidade natal, São Petersburgo, em 2006, e seu sucesso na construção da rede - que atrai 47 milhões de usuários por dia, que se conectam para compartilhar notícias, opiniões e fotos - tem atraído comparações ao Facebook, de Mark Zuckerberg.
Durov se recusou a cumprir uma ordem do Serviço Federal de Segurança, sucessor da KGB da era soviética, para fechar páginas usadas por ativistas para organizar protestos contra a eleição parlamentar de dezembro 2011, que deu a vitória ao partido governista Rússia Unida, de Putin.
"É um esforço meticuloso e metódico para trazer a rede sob o controle do Kremlin", argumentou o escritor de ficção científica e blogueiro Dmitry Glukhovsky, criador do videogame Metro 2033, à Reuters, nesta semana, sobre a pressão sobre o VK.
"É um recurso muito importante para permanecer independente dos 'siloviki'", acrescentou Glukhovsky, referindo-se aos aliados de Putin, que compartilham do passado no serviço de segurança do líder russo, e agora estão em ascensão política.