warty (Altonbr / Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2014 às 14h33.
Há dez anos, em 20 de outubro de 2004, a então startup Canonical e seu fundador Mark Shuttleworth lançavam a primeira versão estável do Ubuntu. Chamada de Warty Warthog, a edição 4.10 do sistema operacional baseado no Debian inaugurava as tradições de nomes estranhos sempre um adjetivo seguido do nome de um animal com a mesma inicial e de atualizações semestrais, desenvolvidas no começo por um grupo composto basicamente de membros do Debian Project.
O britânico Scott James Remnant era um deles, e publicou em seu blog, Netsplit, um ótimo texto sobre o processo de criação do Ubuntu 4.10. Em 2004, o então mantenedor do pacote dpkg do Debian foi contatado por Shuttleworth. O desenvolvedor brinca que o e-mail lembrava um spam daqueles enviados por príncipes nigerianos, e vinha seguida de um texto mais sério, com a proposta.
Remnant aceitou o convite, e, segundo ele, foi logo convidado a um canal super-secreto no IRC, cujo tópico era meu chefe é um cosmonauta uma referência à experiência espacial de Shuttleworth. Junto dos nomes das versões do SO e dos e-mails, o título era mais uma das muitas peculiaridades que ainda hoje cercam o desenvolvimento do software.
Além dessas curiosidades, o desenvolvedor inglês ainda cita as reuniões da Super Secret Debian Startup, como ficou conhecido inicialmente o grupo de ex-membros do Debian Project. A primeira, aliás, começou em um labiríntico hotel em Londres (como dá para ver abaixo) antes de parar no apartamento do fundador da Canonical e envolver até a esposa do agora CEO.
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Foram oito meses de aventuras similares, de acordo com o relato de Remnant, até a conclusão do "primeiro" Ubuntu. No texto, o britânico ainda fala da primeira convenção à qual a equipe compareceu a DebConf, aqui no Brasil , do protótipo da Ubuntu Developer Summit e do wallpaper usado no desktop do primeiro beta um trio de pessoas nuas abraçadas, formando o símbolo do SO.
Esta última ideia foi, felizmente, deixada para trás após Shuttleworth (o responsável por ela) ouvir as críticas vindas da comunidade. O grupo de apoiadores e entusiastas, por sinal, cresceu consideravelmente até o lançamento do Ubuntu 5.04 e bem mais do que os idealizadores esperavam, segundo o texto do desenvolvedor britânico.
A popularidade continuou e o sistema seguiu como a distribuição de Linux mais popular pelo menos até 2011, quando Remnant saiu da Canonical. Hoje, no entanto, o posto foi tomado pela comunidade do Mint Linux, sistema derivado do próprio Ubuntu, segundo ranking do site DistroWatch. Mas isso nem de longe significa o fim do SO aniversariante, que ganhará no ano que vem sua versão 15.04, a Vivid Vervet, segundo anúncio feito justamente nesta última segunda-feira.