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Usina nuclear pode ser reativada após acidente em Fukushima

Equipe de analistas considerou que os dois reatores da usina de Sendai atendem todas as novas regulações em matéria de segurança

Protesto (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 09h56.

A usina nuclear de Sendai se tornou nesta quarta-feira a primeira do Japão a atender a legislação adotada depois do acidente na central de Fukushima em 2011, fato que deverá possibilitar sua reativação já nos próximos meses.

A Autoridade de Regulação Nuclear (NRA) informou hoje que sua equipe de analistas, por unanimidade, considerou que os dois reatores da usina de Sendai atendem todas as novas regulações em matéria de segurança.

Este anúncio supõe um novo passo em relação à reativação das usinas nucleares no Japão, cujos 48 reatores de uso comercial se encontram desativados atualmente, tendo em vista que a NRA impõe essa nova legislação como uma condição indispensável para reativação.

"Agora continuaremos com as avaliações de segurança de outros reatores", afirmou hoje em entrevista coletiva o presidente da NRA, Shunichi Tanaka.

No entanto, mesmo com o cumprimento das novas medidas de segurança, as duas unidades de Sendai não devem ser reativadas até o próximo mês de dezembro, já que a proprietária e a operadora da usina, a Kyushu Electric Power, ainda precisam acertar vários trâmites com a NRA.

Além disso, muitos analistas acreditam que essa reativação poderia levar ainda mais tempo, principalmente pela oposição dos municípios situados junto à central. Neste aspecto, a Kyushu Electric Power se comprometeu a conseguir um entendimento com as autoridades locais antes de reativar os dois reatores da central.

A nova e mais estrita legislação de segurança foi introduzida no último mês de julho pela NRA para que os reatores passem a operar com mais segurança por causa da catástrofe em Fukushima, desencadeada pelo terremoto e tsunami que afetaram a região no dia 11 de março de 2011.

A usina de Sendai foi a primeira a apresentar as medidas adicionais adotadas para reduzir o impacto de terremotos e tsunamis sobre os reatores.

Além disso, o governo da Prefeitura de Kagoshima, onde a usina se encontra, deve realizar um trabalho de conscientização da população, principalmente para tranquilizar os residentes e mostrar que a mesma atende todas as exigências de segurança.

Deste modo, as autoridades pretendem acalmar a preocupação manifestada pela população local sobre as consequências dessa reativação, anunciou o governador de Kagoshima, Yuichiro Ito, em declarações recolhidas pela agência "Kyodo".

No total, as companhias elétricas japonesas solicitaram à NRA a reativação de 20 reatores nucleares em dez usinas de diferentes pontos do país.

Perante o aumento dos custos para gerar eletricidade através de usinas térmicas, opção adotada para compensar a ausência de energia atômica, o governo conservador do primeiro-ministro Shinzo Abe defende ativamente a reativação das usinas nucleares no Japão.

 

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