TIM (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2014 às 12h49.
O presidente mundial da Telecom Italia, Marco Patuano, disse nesta quarta-feira que a empresa realizará investimentos no Brasil de R$ 11 bilhões anuais entre 2014 e 2016, e que participará do próximo leilão de 4G na faixa de 700 megahertz (MHz).
Em tais investimentos não estão incluídos os recursos que serão reservados para adquirir uma nova licença para operar em quarta geração (4G) em novas frequências (700 megahertz) no Brasil, acrescentou o executivo em declarações que concedeu a jornalistas após uma reunião com a presidente Dilma Rousseff.
A Telecom Italia é a controladora no Brasil pela TIM, uma das maiores operadoras de telefonia celular no país e que já oferece o serviço em 4G.
O Governo realizará em setembro um novo leilão para oferecer concessões para operar o 4G em uma nova frequência e que despertou o interesse das maiores operadoras no país.
O executivo admitiu que os serviços oferecidos pela operadora no Brasil ainda não podem ser considerados de "Primeiro Mundo", por isso que justificou a necessidade dos novos investimentos e a necessidade de elevar os investimentos a taxas de entre 10% e 15% anual.
Patuano assegurou que aproveitou sua reunião com a chefe de Estado para reafirmar o interesse da Telecom Italia no Brasil e para anunciar os novos investimentos, inclusive os que serão destinadas à aquisição de licenças que permitam à empresa ampliar sua cobertura em 4G.
"Temos interesse em realizar investimentos para o crescimento da banda larga móvel. O Brasil passa por uma revolução e tem uma população jovem que deseja uma internet cada vez mais rápida e barata. Por isso reiteramos nossos compromissos em antecipar investimentos e adquirir mais frequências", disse.
O executivo se absteve de comentar as exigências dos órgãos reguladores brasileiros para que a companhia espanhola Telefônica, proprietária da maior operadora de telefonia celular do Brasil (Vivo), reduza sua participação acionária na Telecom Italia ou para que, em caso contrário, a TIM seja vendida a outra empresa de telecomunicações.
"A estratégia da Telecom Italia é independente à de qualquer acionista, inclusive a Telefônica. Não me corresponde comentar os critérios das autoridades de competência brasileiras", afirmou.
Na mesma entrevista coletiva o ministro brasileiro de Telecomunicações, Paulo Bernardo, avaliou os esforços que a Telefônica vem realizando para evitar os conflitos de concorrência no Brasil, entre os quais uma redução de sua participação na Telecom Italia.
Patuano disse igualmente que a Telecom Italia não descarta uma possível fusão no Brasil com a operadora GVT, controlada pelo grupo francês Vivendi, embora esclareceu que essa negociação não é prioritária por enquanto para a companhia.
"Há muita especulação sobre esse possível negócio. Me parece difícil evitar as especulações. Somos uma companhia muito bem-sucedida na área móvel. Então, é óbvio que temos uma sinergia (com a GVT)", afirmou.
"Mas estamos trabalhando em nosso plano de telefonia celular. Há muito trabalho para fazer e estamos concentrados nisso. Não descartamos nada, mas não é nossa prioridade neste momento", completou.