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Prêmio Nobel gera debate sobre "fuga de cérebros" em Israel

Arieh Warshel e Michael Levitt mudaram-se anos atrás para os Estados Unidos depois que o trabalho científico em Israel os tornou cidadãos norte-americanos


	Pesquisa: estudo divulgado esta semana mostrou que o problema é real, mesmo em um país chamado de "nação start-up", onde o talento caseiro gerou empresas de alta tecnologia inovadoras
 (Getty Images)

Pesquisa: estudo divulgado esta semana mostrou que o problema é real, mesmo em um país chamado de "nação start-up", onde o talento caseiro gerou empresas de alta tecnologia inovadoras (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 14h59.

Jerusalém - O prêmio Nobel de química elevou o orgulho nacional em Israel, mas também causou preocupação sobre a fuga de cérebros de alguns de seus melhores e mais brilhantes pesquisadores para universidades dos Estados Unidos.

Dois dos três cientistas que ganharam o prêmio na quarta-feira têm cidadania israelense, o que levou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a telefonar para ambos dando suas felicitações --à longa distância.

Arieh Warshel, da Universidade de Southern California, e Michael Levitt, da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, mudaram-se anos atrás para os Estados Unidos depois que o trabalho científico em Israel os tornou cidadãos norte-americanos.

Isso levou Israel, país de oito milhões de habitantes que já teve 12 cidadãos entre os ganhadores do Nobel, a refletir sobre aqueles que foram morar no exterior: cientistas, médicos e outros acadêmicos que optaram por viver em terras estrangeiras.

Um estudo divulgado esta semana mostrou que o problema é real, mesmo em um país chamado de "nação start-up", onde o talento caseiro gerou empresas de alta tecnologia inovadoras, algumas delas adquiridas por líderes da indústria, como Apple e Google, por milhões de dólares.

O Centro de Estudos Sociais Taub, em Israel, descobriu que a taxa de emigração de pesquisadores israelenses tornou-se a mais alta entre as nações ocidentais.

Citando estatísticas de 2008, o centro disse que 29 acadêmicos israelenses trabalham em universidades norte-americanas para cada 100 restantes em instituições israelenses de ensino superior.


O país que ficou em segundo lugar na lista, o Canadá, tinha um índice de 11,5 pesquisadores nos Estados Unidos para cada 100 no próprio país.

"Em áreas como economia, finanças e marketing, as enormes diferenças salariais aumentaram e, como resultado disso, mais e mais israelenses que trabalham nesses campos decidiram não voltar para casa", disse o estudo.

Daniel Hershkowitz, presidente da Universidade Bar-Ilan, perto de Tel Aviv, disse que mais de um terço dos pesquisadores de ciência da computação nas melhores universidades dos Estados Unidos são de Israel.

"Eu não vejo Israel capaz de competir com o que eles oferecem nos Estados Unidos. Estamos falando de uma escala muito diferente", disse Hershkowitz à Rádio Israel.

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