X800
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2015 às 17h28.
A Positivo Informática é mais famosa por seus computadores do que pelos seus smartphones. Ainda assim, a empresa entrou no mercado mobile há alguns anos com a linha Ypy, que trazia aparelhos de baixo custo e baixa qualidade. Neste ano, a Positivo buscou criar um gadget mais potente e, para isso, adotou o chip octa-core da MediaTek. Foi assim que nasceu o Octa X800, um celular que acerta em alguns pontos e falha retumbantemente em outros.
O visual retangular lembra o formato usado pela Sony na linha Xperia. Ou seja, os cantos proeminentes e traseira reta prejudicam a ergonomia do Octa X800. As laterais contam com uma fina linha de plástico que ajuda a proteger o celular caso ele caia no chão o que ajuda a evitar que as laterais amassem. O produto tem 7,9 milímetros de espessura em seu ponto mais fino, pouco mais do que os 6,9 mm do iPhone 6.
A tela de 5 polegadas IPS do aparelho tem resolução HD, o que já se tornou um padrão entre os smartphones que custam menos de 1 mil reais. De fato, é possível enxergar a tela a partir de diversos pontos, uma característica vital de um painel IPS.
Os botões capacitivos não possuem nenhum desenho: nenhuma setinha, nenhuma casinha ou coisa parecida. São apenas três pontos brancos, cuja posição e função o usuário deve decorar para usar. O primeiro é o botão de opções, já abandonado por todas as grandes fabricantes, que deram preferência para que as opções sejam acessadas por um símbolo de três pontos verticais na tela, deixando a posição física na parte de baixo do smartphone para a troca de aplicativos. Esta função, que está mapeada para um toque longo no primeiro botão do Octa, deveria ter sido o padrão. O botão do meio é, como esperado, o home e um toque longo nele abre o Google Now. O terceiro botão é o voltar, numa posição estranha a qualquer usuário de Android (ou iOS, ou Windows Phone), exceto aqueles acostumados com smartphones Samsung ou da Xiaomi.
O coração do Positivo Octa X800 é feito pela MediaTek. O processador MT6592 conta com oito núcleos Cortex A7 rodando a 1,7 GHz. Nem todos eles funcionam ao mesmo tempo, até porque não há necessidade disso fora que isso poderia fazer o aparelho esquentar demais, o que pode prejudicar especialmente a bateria. Mas em tarefas pesadas, como jogar games, os núcleos são ligados conforme necessário. Isso deveria ser algo importante para a duração da bateria, mas, como você lerá mais adiante, essa afirmação não se aplica ao Positivo Octa X800.
O smartphone tem 1 GB de RAM, GPU Mali 450, 8 GB de armazenamento interno (com cerca de 5,1 GB realmente livres) e suporte para cartões microSD. Em termos de conectividade, o gadget já está desatualizado: ele só tem 3G e Wi-Fi padrão N, duas tecnologias que não permitem aos consumidores desfrutarem, respectivamente, da velocidade da rede 4G e de roteadores que transmitem internet em 5 GHz.
Ainda assim, o Octa X800 se mostrou bom no quesito usabilidade, em linhas gerais. Quase nenhum processo se mostrou penoso, gerando gargalos de processamento ou coisas do tipo. É possível jogar games da Play Store com tranquilidade, desde que eles não sejam muito pesados, como Injustice: Gods Among US ou Asphalt 8. Falando espeficicamente deste último título, a execução não foi perfeita, apesar de ter sido melhor do que em smartphones com chipset Snapdragon 410.
Para games, o problema do Positivo Octa X800 está na bateria. Apenas uma corrida em Sega All Stars Racing drenou 3% da bateria, mesmo durando menos de 3 minutos.
O desempenho iguala (em alguns benchmarks) ou supera (em outros benchmarks) o de smartphones com chipset Snapdragon 410, o que é interessante pela diferença de preço relativamente pequena entre ele e um Moto E (730) ou um Galaxy Win 2 Duos (780, sugerido), assim como pela diferença de qualidade da tela entre o positivo e os outros. O que não é possível saber, no entanto, é quanto um processador octa core é útil no atual momento do mercado de aplicativos.
Enquanto o próprio Android roda diferentes processos em diferentes núcleos, raramente um número suficiente de instruções está sendo executado simultaneamente para que oito cores sejam necessários. Enquanto alguns outros smartphones como o Moto X dedicam um núcleo apenas a ouvir o Ok Google do usuário, o positivo Octa espera desenhos na tela para abrir aplicativos específicos, como C para a câmera ou W para o Whatsapp. Estes gestos são uma adição interessante e utilizam bem os núcleos enquanto o smartphone está em standby, mas as animações que mostram o funcionamento do gesto e a abertura do app poderiam ser mais rápidas.
Veja abaixo um comparativo dos resultados de benchmarks do Positivo Octa X800 com os do Motorola Moto E.
AnTuTu (em pontos) | Barras maiores indicam melhor desempenho |
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Octa X800 | 28408 |
Moto E | 23358 |
Vellamo (em pontos) | Barras maiores indicam melhor desempenho |
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Octa X800 | 1875 |
Moto E | 1906 |
3DMark (em pontos) | Barras maiores indicam melhor desempenho |
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Octa X800 | 4492 |
Moto E | 2502 |
Quadrant (em pontos) | Barras maiores indicam melhor desempenho |
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Octa X800 | 12307 |
Moto E | 12012 |
O Android do Positivo Octa X800 está na edição 4.4 KitKat, que não é a mais recente apesar da empresa ter prometido a atualização para a 5.0 Lollipop. O lado bom é que são poucas as modificações em relação à versão pura do sistema. Erros comuns em produtos brasileiros, os de tradução, não aparecem no software da Positivo. Toda a experidência de uso com o produto é lisa, livre de travamentos por falta de configuração de hardware para aguentar o sistema, o que é excelente.
A bateria do Octa X800 foi o grande problema encontrado durante os testes realizados por INFO seguindo os padrões do INFOlab. Durante a reprodução contínua de vídeos com Wi-Fi e Bluetooth ativos e brilho de tela no máximo, o produto permaneceu ligado por menos de 4 horas. Outros concorrentes vendidos na mesma faixa de preço suportaram por, no mínimo, 5 horas. Para exemplificar claramente o problema de autonomia de energia do Octa, o Redmi 2, da Xiaomi, aguentou por mais de 9 horas (e ele custa 500 reais).
O INFOlab chegou a refazer o teste por três vezes e a conversar com a equipe da comunicação da Positivo Informática. Trocamos o produto e refizemos o teste. O resultado foi o mesmo. Com isso, após análise dos potenciais problemas do aparelho, constatou-se que o smartphone reproduzia, por padrão, os vídeos a 60 fps, mesmo que eles tenham somente 30 (ou menos). Mudando isso nas configurações, o resultado foi de 4 horas e 40 minutos de autonomia de bateria.
A câmera de 13 MP tem um bom desempenho em ambientes externos e internos graças à abertura de f/2, que permite que muita informação de luz seja registrada pelo sensor. No caso das fotos em que a luz do sol não entra diretamente na câmera, a qualidade de imagem é acima da média (principalmente se considerando o preço) em ISO 100, 200 e 400, mas cai rapidamente acima disso (como esperado de um sensor tão pequeno). Nas fotos em que a lente vê o sol, uma quantidade enorme de flare e uma medição ruim da iluminação tomam conta. É uma situação difícil, claro, para qualquer smartphone, mas a quantidade de flare foi gritante.
A câmera frontal de 5 MP também se sai bem, apesar de não ser tão boa em locais internos quanto à principal.
O vídeo pode ser feito em até 1080p @30FPS, o que é muito interessante para um aparelho nessa faixa de preço. Ao assistir o vídeo em um monitor, nota-se que há um tanto de blur na movimentação. É suficiente para documentação, mas não espere gravar um clipe com este smartphone.
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Ao olharmos a história da Positivo, é fácil notar que a empresa está no caminho certo. A evolução no segmento de smartphones não foi pequena. Ainda assim, apesar do Positivo Octa X800 ser um ótimo aparelho em diversos aspectos, não é possível recomendar um produto que tenha uma duração de bateria tão pequena durante o uso intenso.
Sistema operacional | Android 4.4.2(KitKat) |
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Chipset | Mediatek MT6592 |
CPU | Cortex A7 Octa Core 1,36 GHz |
GPU | Mali 450 MP |
RAM | 1 GB |
Armazenamento | 8 GB (5,1 GB livres) + microSD de até 32 GB |
Conexões | 3G, A-GPS, Wi-fi n, Bluetooth 4.0, Rádio FM, Blutooth 4.0 |
Tela | 5'' IPS (1280 x 720p) |
Sensores | Acelerômetro, Proximidade, Luminosidade |
Câmeras | 13 MP e 5 MP |
Bateria | 4h40 |
Prós | Câmera decente e boa configuração |
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Contras | Bateria com baixa duração |
Conclusão | O Positivo Octa X800 é um claro sinal de que a fabricante nacional está no caminho certo. Mas ainda não é possível recomendar um celular dessa empresa. |
Configuração | 7,7 |
Usabilidade | 7 |
Foto | 7,5 |
Bateria | 5,4 |
Design | 7,2 |
Média | 7.1 |
Preço | R$ 800 |