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Por que o orkut teve sua morte decretada?

Confira entrevista com coordenadora de conteúdo da Agência Digi, Danielle Cruz, para entender essa derrocada da futura finada rede social


	Orkut Buyukkokten, criador do Orkut: rede social será descontinuada em setembro
 (ALEXANDRE BATTIBUGLI/INFO EXAME)

Orkut Buyukkokten, criador do Orkut: rede social será descontinuada em setembro (ALEXANDRE BATTIBUGLI/INFO EXAME)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2014 às 08h24.

São Paulo - No começo desta semana, mais precisamente na segunda-feira (30), Paulo Golgher, diretor de engenharia do Google, publicou uma nota oficial confirmando que o orkut será descontinuado no dia 30 de setembro deste ano.

Embora a rede social tenha praticamente caído no ostracismo para grande parte do público, a notícia de sua despedida gerou inúmeros comentário e debates em outras plataformas como Twitter e Facebook.

Um grupo brasileiro até chegou a criar um movimento para impedir a morte do orkut, que mesmo assim parece inevitável.

É evidente que uma hora ou outra esse final iria acontecer, principalmente levando em conta o dinamismo desse universo de plataformas da internet, no qual memes, aplicativos e redes sociais desaparecem tão rápido quanto à ascensão meteórica que atingiram.

O Adnews ouviu a coordenadora de conteúdo da Agência Digi, Danielle Cruz, para entender essa derrocada da futura finada rede social.

Quais são os principais fatores que podem ter levado o orkut ao fim?

Acredito que a chegada do Facebook tenha contribuído muito pra isso. A ferramenta era parecida – você tem um perfil onde pode compartilhar fotos, vídeos e adicionar seus amigos – mas oferecia algumas funcionalidades que o orkut não tinha, como as mensagens privadas.

Para as marcas, também era mais fácil ter uma página do que ter uma comunidade.

Ao longo do tempo, o Facebook foi melhorando a usabilidade e tornando mais fácil a comunicação entre marcas e pessoas. Apareceram os jogos, mensagens em grupos, e outras possibilidades que tornaram o Facebook mais fácil e intuitivo.

A falta de capitalização da ferramenta e de relacionamento com as marcas podem ter sido fatores cruciais?

Sim! Foi o que eu disse na resposta anterior. No orkut você até tinha algumas possibilidades de capitalização. Era possível anunciar diretamente dentro de alguns jogos, mas o Facebook também possibilitava isso.

Toda rede social é perecível? A mesma coisa tende a acontecer mesmo com plataformas mais consolidadas como Facebook e Twitter?

Acho que sim. Vivemos numa era em que a informação muda muito, e muito rápido. Hoje vemos outras plataformas mais específicas, como o Instagram, crescendo cada vez mais e absorvendo serviços que eram oferecidos por outros aplicativos.

O Facebook tenta não ficar atrás adquirindo essas empresas. As plataformas precisam ouvir os usuários e entender suas necessidades.

Caso contrário, podem perder espaço para outra rede social. É só aparecer algo mais interessante e que converse melhor com o público no momento atual.

As marcas se relacionam muito bem hoje com a comunicação no Facebook, mas o orkut não conseguiu isso...

Várias marcas fazem hoje um ótimo relacionamento pelo o Facebook, dentro de suas necessidades. As marcas fazem tudo por suas páginas, desde venda até SAC – essa abrangência de serviços não existia no orkut, que limitava o relacionamento das marcas apenas a criar um perfil, uma comunidade e administrar os tópicos.

Acredito que as marcas também se adaptam aos meios. Na época, ninguém pensava que poderia surgir uma plataforma que tornasse o contato com o usuário tão interativo e rápido. Hoje sabemos que existe essa demanda, mas em 2004 não sabíamos.

Alguma outra rede social deve ocupar essa lacuna do orkut ou ela já é ocupada inteiramente pelo Facebook?

Acho que o Facebook cumpre bem o papel atualmente, mas, como disse, nunca se sabe o que algum gênio vai criar a seguir

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