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Por que a Microsoft está acusando a Apple de ser anticompetitiva

Brad Smith, presidente da Microsoft, não poupou críticas às políticas adotadas pela App Store. Segundo ele, as práticas são anticompetitivas

Microsoft: a nova pedra no sapato da Apple em relação aos problemas antitruste da empresa de Cupertino (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Microsoft: a nova pedra no sapato da Apple em relação aos problemas antitruste da empresa de Cupertino (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 21 de julho de 2020 às 11h56.

Última atualização em 21 de julho de 2020 às 11h57.

A Microsoft se tornou a nova pedra no sapato da Apple. De acordo com o The Information, a desenvolvedora do Windows, por meio de seu presidente Brad Smith, estaria realizando lobby para que autoridades antitruste dos Estados Unidos investiguem com mais afinco as acusações de que a Apple adota práticas anticompetitivas no que diz respeito aos seus serviços.

Segundo a reportagem, se reuniu com membros do comitê antitruste para reclamar de uma suposta política arbitrária de aprovação de novos aplicativos na App Store, a loja virtual da Apple. Ele foi chamado para opinar sobre o atual cenário em relação às práticas do mercado, uma vez que a Microsoft já foi alvo de diversas investigações por políticas anticompetitivas em relação aos seus concorrentes, principalmente durante o começo da década de 2000.

Segundo o executivo, as regras utilizadas pela App Store impedem a concorrência em um nível muito superior o que a Microsoft fazia com o Windows. Nenhuma outra empresa de tecnologia foi citada por Smith durante suas reuniões com o comitê. As críticas estão relacionadas principalmente ao app de e-mail Hey, que foi rejeitado pela empresa da maçã após um update.

Há cerca de um mês, David Heinemeier Hansson, fundador da empresa Basecamp que desenvolveu o Hey, acusou a Apple de práticas mafiosas após a companhia rejeitar a venda do aplicativo em sua loja virtual sob a justificativa de que o serviço não funcionava adequadamente. Isso acontece porque, para utilizar o aplicativo, é preciso realizar uma assinatura prévia no site oficial da plataforma

Hansson, porém, não ficou satisfeito e atacou a empresa nas redes sociais. Ao Axios, ele afirmou que as regras impostas ao seu aplicativo não são seguidas por outros serviços, como Gmail e Outlook, além de plataformas de streaming como Netflix e Spotify que, por sua vez, também exigem que os usuários tenham assinaturas. A Apple, por sua vez, afirmou que os casos são diferentes, conforme reportado pelo TechCrunch.

Outra crítica da Microsoft esse dá sobre um potencial lucro abusivo da Apple em relação às receitas obtidas pelos aplicativos na App Store. A companhia de Cupertino fica com uma fatia de até 30% da receita obtida pelos desenvolvedores. O Spotify é um dos maiores críticos desta política e inclusive realizou uma reclamação formal para a Comissão Europeia que lida com o assunto.

Vale lembrar que um estudo realizado pela Apple revelou que a companhia movimentou mais de 519 bilhões de dólares em 2019 somente com transações realizadas na App Store. A cifra contabiliza a venda de aplicativos, custos com publicidade digital e os gastos dos usuários na compra de produtos ou serviços físicos.

Deste valor, uma fatia de 61 bilhões de dólares obtida com a venda de aplicativos e de serviços digitais (como a compra de vantagens especiais em jogos). A Apple fica com um percentual que varia entre 15% e 30% deste montante. O restante, obtido com gastos na App Store com serviços físicos ou publicidade digital inserida dentro dos programas, a Apple não vê um centavo sequer entrar em seus cofres.

A Apple faturou 260,1 bilhões de dólares em seu último ano fiscal, queda de 2% em relação ao período anterior. Por outro lado, a categoria serviços, que inclui App Store, AppleCare, iCloud, Apple Pay, AppleCard, entre outros, deve alta de 16,4%, gerando 46,2 bilhões de dólares para a empresa americanas. Esta já é a segunda maior fonte de renda da companhia, atrás apenas da venda de iPhones.

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