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Píton viajante nunca se perde

Pesquisadores capturaram e libertaram as cobras, que voltaram ao seu lugar de captura

piton (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 06h44.

A píton birmanesa possui um senso inato de orientação, que lhe permite voltar para casa sem dificuldade, mesmo tendo se deslocado por dezenas de quilômetros, afirmam pesquisadores em um estudo divulgado nesta quarta-feira.

Entre as maiores serpentes do mundo, as pítons birmanesas (Python bivittatus) são originárias da Ásia, mas escolheram como lar os pântanos de Everglades, o célebre parque nacional da Flórida, nos Estados Unidos. No topo da cadeia alimentar, esses predadores proliferaram na Flórida a ponto de ameaçar, hoje, a biodiversidade local.

Os pesquisadores capturaram e transportaram seis desses répteis, soltando-os a distâncias entre 21 km e 36 km. Graças a transmissores de rádio, eles conseguiram acompanhar os deslocamentos das pítons e medir sua trajetória e velocidade.

Uma vez livres, as cobras tomaram imediatamente a direção de seu local de captura. Cinco delas conseguiram chegar a seu destino com uma margem de erro de cinco quilômetros. Por uma razão desconhecida, a sexta píton mudou de direção pouco antes de atingir o local esperado.

As cobras viajaram entre 94 e 296 dias, mostrando uma "clara determinação de voltar para casa", constatou o estudo publicado no periódico Biology Letters da Academia de Ciências britânica.

"Esse estudo mostra que as pítons birmanesas têm uma bússola interna e uma carta de navegação", acrescentam os autores.

Trata-se da primeira vez que tamanho senso de orientação, de origem ainda misteriosa, é identificado em ofídios.

Esse talento particular das pítons sugere que elas também são dotadas de um senso crítico de seu território, o que pode ajudar a lutar contra essa espécie invasiva, antecipando as áreas onde ela corre o risco de se estabelecer.

As pítons birmanesas, que podem passar de cinco metros de comprimento, caçam qualquer animal, do pássaro ao jacaré.

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