São Paulo - Pioneira da robótica, Cynthia Breazeal é fundadora da companhia Jibo. Na empresa, a professora do Instituto de Tecnologia do Massachussets (MIT) está desenvolvendo um simpático robô para uso em família.
Batizado com o mesmo nome da companhia, o Jibo tem 28 centímetros de altura e pesa 2,7 quilos. Entre outras funções, ele é capaz de encenar histórias, tirar fotos, filmar, fazer teleconferências, reproduzir mensagens de voz e ler e-mails em voz alta.
Em sua tela LCD com resolução HD, Jibo exibe uma bola - que parece um olho, pisca e muda de forma e de cor. "Para mim, Jibo é quase a meta. É tudo que aprendi e imaginei em termos do que é possível", afirmou Cynthia em entrevista ao site Re/code.
A seguir, veja o vídeo de divulgação do produto (está em inglês):
//www.youtube.com/embed/3N1Q8oFpX1Y
Jibo
A funcionalidade de Jibo é garantida por duas câmeras de alta resolução, microfones 360º, dois alto-falantes e algoritmos de inteligência artificial que identificam padrões e preferências. Além disso, o robô é capaz de se conectar a outros gadgets via Bluetooth.
O planejamento de Cynthia é que uma versão para desenvolvedores de Jibo comece a ser vendida por 599 dólares a partir do segundo semestre do ano que vem.
Pelo cronograma, o produto chegaria ao mercado em 2016 por 499 dólares - preço de um tablet topo de linha nos EUA hoje e considerado acessível para um robô deste tipo.
"As pessoas querem tecnologia que as trate como seres humanos", afirmou Cynthia ao Re/code. "Hoje, a tecnologia nos trata como tecnologia", concluiu. Para ela, Jibo pode mudar isso.
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1. O planeta dos robôs
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1/10 (NASA)
São Paulo — Do singelo robô-aspirador Roomba aos caros e robustos modelos usados pelas forças armadas americanas, os
robôs estão presentes em cada vez mais situações. Eles poupam trabalho ao completar tarefas de forma autônoma e salvam vidas quando realizam missões em locais perigosos. Esses robôs têm formatos e tamanhos variados, que dependem da finalidade para a qual foram construídos. Alguns poucos têm o aspecto humanoide visto nos filmes de ficção científica. Um desses raros robôs humanoides é o Robonaut R2, o astronauta robótico da
NASA. O Robonaut (dois exemplares aparecem na foto ao lado) foi projetado para realizar tarefas que exigem grande destreza manual. Um deles foi transportado, em fevereiro deste ano, para a Estação Espacial Internacional, onde ajuda os astronautas na manutenção dos equipamentos. Esse robô pode ser comandado pelos próprios astronautas, mas também pode receber ordens do centro de controle na Terra. Veja, nas próximas páginas, mais nove robôs reais que vêm desempenhando tarefas úteis e expandindo os limites da
robótica.
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2. Predator, o drone de combate
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2/10 (Foto/Reprodução)
O Predator, o mais conhecido dos
robôs voadores, ou drones, decolou pela primeira vez em 1994 e entrou em serviço no ano seguinte nas forças armadas americanas. No início, era usado apenas para reconhecimento. Depois de 2001, passou a carregar os temidos mísseis Hellfire e transformou-se em arma de ataque. Foi empregado em conflitos no Afeganistão, no Paquistão, no Iraque e na Líbia. Estima-se que as forças armadas americanas tenham mais de 7 mil unidades em uso. O Predator é comandado à distância, de uma base em terra, onde um piloto vê, num conjunto de monitores, imagens captadas pelas câmeras do drone e dados registrados por sensores. Ele usa um joystick e outros controles para dirigir a aeronave. A comunicação é feita via satélite. Tropas na zona de combate também podem ter acesso às imagens obtidas pelo robô. Em 2009, descobriu-se que rebeldes iraquianos também captavam as transmissões dos Predator americanos, que não eram criptografadas. O Predator original (MQ-1) voa a até 7.600 metros de altitude e pode permanecer 40 horas no ar. Com propulsão a hélice, sua velocidade máxima é cerca de 220 km/h. Ele tem 8 metros de comprimento por 15 de envergadura. Uma versão mais recente, a Predator B (MQ-9 Reaper), atinge o dobro dessa velocidade. Em 2009, a General Atomic começou a testar um modelo a jato, o Predator-C (Avenger), que voa a 740 km/h e a até 18.300 metros de altitude.
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3. Asimo, o garoto-propaganda de 1 milhão de dólares
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3/10 (Wikimedia Commons)
O mais conhecido dos robôs humanoides, o Asimo, da
Honda, é uma espécie de garoto-propaganda da empresa. Com 1,3 metro de altura, o Asimo parece um pequeno astronauta carregando uma mochila. Ele é levado a eventos onde sobe escadas, dança e joga bola para demonstrar suas habilidades. Uma das unidades esteve no Salão do Automóvel de São Paulo em 2006. O robô da Honda reconhece imagens por meio de uma câmera instalada na cabeça e pode reagir a gestos humanos. Se alguém estende a mão para cumprimentá-lo, por exemplo, ele ergue o braço para o aperto de mão. O Asimo também identifica sons. Quando ouve passos de alguém se aproximando, por exemplo, ele olha para o lado de onde vem o som. Além disso, é capaz de reconhecer visualmente uma pessoa e chamá-la pelo nome. Com muitos motores elétricos, o robô tem uma bateria de lítio que armazena energia para até uma hora de atividade. Depois disso, é preciso recarregá-la. O Asimo descende de uma linhagem de robôs que começaram a ser desenvolvidos em 1986 num laboratório da Honda no Japão. De 2000 em diante, mais de 20 foram fabricados a um custo de cerca de 1 milhão de dólares cada.
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4. GroundBot, o espião que rolava
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4/10 (Divulgação)
Um problema óbvio de robôs humanoides como o Asimo, da Honda, é o alto custo, que acaba inviabilizando seu uso em aplicações práticas como as de vigilância. Mas quem precisa de pernas e braços quando o objetivo é apenas vigiar uma área? Pensando nisso, a empresa sueca Rotundus criou o GroundBot, um vigia robótico que rola pelo chão como uma grande bola de futebol. O GroundBot pesa 25 quilos e tem 60 centímetros de diâmetro. Ele tem dois conjuntos de câmeras em lados opostos, além de microfones, alto-falantes e sensores para detectar produtos químicos e radioatividade. Enquanto rola pelo ambiente, transmite imagens e informações à base. Resistente à água, ele funciona ao ar livre mesmo sob chuva. É silencioso, atinge 10 km/h e, graças a uma banda de rodagem emborrachada, pode se deslocar sobre lama, areia e neve. O vigia robótico pode seguir um percurso pré-programado, orientando-se pelo GPS, ou pode ser comandado remotamente. Segundo o fabricante, a bateria proporciona de 8 a 16 horas de operação sem recarga. A Rotundus pretende vendê-lo para vigiar aeroportos, armazéns, usinas de energia e outras instalações. O preço, 120 mil dólares, está longe do ideal. Mas é um oitavo do que custa um Asimo.
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5. Roomba, o faxineiro
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5/10 (Divulgação)
Desde que a Electrolux apresentou o pioneiro Trilobite, dez anos atrás, aspiradores de pó robóticos vêm se multiplicando. Entre eles, a série mais conhecida é a Roomba, da iRobot. Como outros aspiradores robóticos, o Roomba anda pela casa desviando dos obstáculos e aspirando o pó. Ele também tem um conjunto de escovas para remover fragmentos do piso. Alguém pode acionar o
robô ao sair de casa de manhã de modo que, quando voltar do trabalho, encontre o chão limpo. O primeiro Roomba começou a ser fabricado em 2002. Em suas versões mais recentes, ele possui sensores que evitam que possa cair em escadas. Quando a energia da bateria começa a acabar, o aspirador segue para um estação de recarga. O sistema de navegação é simples. O robô percorre um padrão geométrico pré-definido, recalculando a rota quando encontra algum obstáculo. Ele vai registrando os lugares por onde passa e avisa quando completa a limpeza. Se o usuário quiser, pode usar sinalizadores para demarcar áreas onde o Roomba não deve entrar. A iRobot também fabrica robôs que lavam o chão, desobstruem calhas e limpam piscinas. Neste ano, ela divulgou que havia ultrapassado a marca de 6 milhões de robôs domésticos vendidos. Uma das razões para o sucesso está no preço acessível: o Roomba custa de 350 a 600 dólares nos Estados Unidos, dependendo do modelo.
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6. PackBot, o perito em explosivos
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6/10 (Divulgação)
Em abril, quando o nível de radiação subiu a níveis perigosos na usina nuclear de Fukushima, no Japão, os japoneses passaram a usar
dois robôs PackBot para inspecionar as instalações. Criado pela iRobot, a mesma empresa que fabrica o aspirador robótico Roomba, o PackBot já salvou incontáveis vidas ao remover explosivos de carros, prédios e até pessoas. O PackBot se desloca a até 14 km/h sobre uma esteira com saliências. É capaz de atravessar terrenos irregulares e passar por cima de pequenos obstáculos. Ele escala rampas de até 60% de inclinação e pode afundar até 2 metros na água e sair intacto. Para encontrar seu caminho, ele usa um GPS e uma bússola eletrônica. Um longo braço robótico é empregado para manipular objetos. Pode ser comandado à distância por meio de um laptop ou de um controle remoto parecido com os dos videogames. Como o robô pesa apenas 18 kg, um soldado pode transportá-lo numa mochila. Estima-se que, desde 2002, mais de 2 mil robôs desse tipo já foram usados pelas forças armadas americanas, a maioria no Afeganistão e no Iraque.
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7. Junior, o carro-robô
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7/10 (Divulgação)
Carros-robôs são uma das áreas mais promissoras na robótica. Eles já são usados em
aplicações militares e no transporte de pessoas em locais restritos, como o aeroporto de Heathrow, em Londres. Além disso, seu desenvolvimento deu origem a
tecnologias que estão sendo aplicadas em automóveis comuns. Elas ajudam o motorista a dirigir com mais conforto e segurança. Entre os carros totalmente autônomos, um dos mais conhecidos é o Junior, construído na universidade de Stanford, na Califórnia. Diferentemente de outros veículos robóticos que só andam em locais desimpedidos, o Junior foi feito para enfrentar o trânsito. Ele não só respeita as leis de trânsito como prevê o comportamento de outros motoristas para evitar colisões. A base do Junior é uma perua Passat, da Volkswagen, que, junto com o
Google, a Intel e outras empresas, patrocinou o projeto. Sobre o teto ficam sensores e câmeras que reconhecem o ambiente e fornecem informações a um poderoso computador de controle. O computador também recebe dados de sensores internos, como um giroscópio e um acelerômetro, além de um receptor GPS.
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8. Opportunity e Spirit, os exploradores
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8/10 (NASA-JPL / Caltech)
Dada a imensa dificuldade em enviar humanos a Marte, a maneira mais viável de explorar o Planeta Vermelho, no momento, é com robôs. Lançados em 2003, os jipes robóticos (ou “rovers”) gêmeos Opportunity e Spirit, chegaram a Marte no início de 2004. Passaram três meses analisando o solo marciano e enviando fotos e informações à Terra. Como continuavam em forma depois disso, a NASA estendeu seu período de atividade. O Opportunity (assim como o Spirit) tem seis rodas, cada uma com seu próprio motor elétrico. Um conjunto de painéis solares fornece energia. Ele se desloca sobre o acidentado terreno marciano à velocidade média de 36 metros por hora (sim, é lento). O robô possui quatro câmeras e vários sensores para análises, alguns deles instalados num braço mecânico. Antenas e radiotransmissores mantêm a comunicação com a Terra e com espaçonaves na órbita de Marte. O Spirit captou imagens e informações sobre o planeta até a metade de 2010. Em maio deste ano, foi oficialmente abandonado depois de 10 meses sem se comunicar com a base. Já o valente Opportunity completou, em agosto, uma jornada de 21 quilômetros até a
cratera Endeavour, na região equatorial de Marte. Continua lá, buscando indícios de vida na depressão de 22 quilômetros de diâmetro.
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9. BigDog, a besta de carga
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9/10 (M. L. Meier / U.S. Marine Corps.)
O BigDog, da empresa americana Boston Dynamics, é uma espécie de besta de carga robótica. Com quatro patas mecânicas, ele é capaz de andar sobre terrenos acidentados a 6,4 km/h levando até 150 quilos de carga nas costas, além de subir rampas de até 35 graus de inclinação. O robô mantém o equilíbrio sobre neve, gelo escorregadio e escombros, e consegue retomar a marcha quando é empurrado. Ele é movido por um pequeno motor a combustão, que aciona uma bomba hidráulica. Atuadores controlados por um computador movimentam as pernas. Para navegar pelo terreno, há uma série de sensores de força e posição, um giroscópio e um sistema de visão robótica. O BigDog foi projetado para transportar carga em zonas de combate. Um sistema de rastreamento permite que ele siga um soldado no campo de batalha. Ele também pode ser comandado por meio de um controle remoto. Como o nome sugere, o BigDog tem o tamanho de um grande cachorro: 90 centímetros de comprimento por 76 de altura. Pesa 110 quilos. Seu preço é estimado em 375 mil dólares.
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10. Automower, o jardineiro
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10/10 (Divulgação)
O Automower, da empresa sueca Husqvarna, foi projetado para cuidar de um grande gramado sozinho. O operador marca a área com fios especiais, presos ao solo por finas estacas. O robô se encarrega de aparar a grama no espaço delimitado. Movido a bateria, o jardineiro robótico segue até uma estação de recarga quando a energia começa a acabar. Existem vários modelos, incluindo alguns que possuem um painel solar que fornece parte da energia, reduzindo o consumo. O usuário pode programar o cortador de grama para que trabalhe 24 horas por dia ou apenas em horários específicos. Alguns modelos enviam um torpedo ao celular da pessoa em caso de problemas. Opcionalmente, um rastreador com
GPS pode ser incluído, o que permite localizar o Automower se ele for furtado. Essa linha de cortadores robóticos começou a ser fabricada em 1995 e já teve mais de 100 mil unidades vendidas. Nos Estados Unidos, o preço começa em 2.400 dólares.