Tecnologia

Político britânico quer suspensão de chat do Blackberry

Mensagens trocadas pelo smartphones são codificadas e a polícia não tem acesso; ferramenta é usada pelos manifestantes para organizar os protestos na Inglaterra

Garoto joga pedra contra policiais enquanto carro pega fogo em Londres (Dan Istitene/Getty Images)

Garoto joga pedra contra policiais enquanto carro pega fogo em Londres (Dan Istitene/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2011 às 17h19.

Londres/Toronto - Um membro do Parlamento britânico pediu a suspensão do serviço de mensagens instantâneas de smartphones da marca BlackBerry após manifestantes usarem a ferramenta para se mobilizar em Londres e outras cidades da Grã-Bretanha.

David Lammy, representante de Tottenham no Parlamento, local onde começaram os piores protestos em décadas no sábado, pediu no Twitter e na rádio BBC que a fabricante do BlackBerry, Research in Motion, suspenda o serviço BlackBerry Messenger (BBM).

"Essa é uma das razões pelas quais criminosos sem táticas sofisticadas estão superando uma força policial sofisticada", escreveu ele no Twitter. "O BBM é diferente pois as mensagens são encriptadas e a polícia não pode acessá-las".

As ondas de violência, durante as quais lojas estão sendo vandalizadas e carros e prédios incendiados, se espalharam para a segunda maior cidade da Grã-Bretanha, Birmingham, e outros centros urbanos.

Políticos e a polícia culpam criminosos e baderneiros, mas alguns comentaristas e moradores afirmam que a origem da revolta se deve à irritação com as dificuldades econômicas em uma cidade onde as perspectivas para muitos jovens são obscuras.

Muitos dos manifestantes preferem o BlackBerry Messenger ao Twitter e outras mídias sociais porque as mensagens são encriptadas e privadas, mas o serviço é amplamente usado e as mensagens podem ser enviadas com facilidade para grupos.

A Research In Motion afirmou em um comunicado na segunda-feira: "Como em todos os mercados ao redor do mundo nos quais o BlackBerry está disponível, cooperamos com provedoras de serviços de telecomunicações, a polícia e autoridades de órgãos regulatórios".

A companhia se recusou a dizer se cederia registros de conversas ou detalhes de usuários à polícia.

O blog Inside BlackBerry, da Research In Motion, foi hackeado nesta terça-feira por um grupo batizado de Teampoision. O grupo publicou um alerta para que a companhia não coopere com a polícia.

"Vocês NÃO ajudarão a polícia britânica, pois, se o fizerem, membros inocentes do público que estavam no lugar errado, na hora errada, e possuíam um BlackBerry serão acusados sem motivo", afirmou a publicação.

"Se vocês ajudarem a polícia (...) irão se arrepender, temos acesso à sua base de dados, que inclui informações sobre funcionários como endereços, nomes, telefones. Se vocês ajudarem a polícia, IREMOS tornar as informações públicas e repassá-las para manifestantes", acrescentou o texto.

Acompanhe tudo sobre:BlackBerryEmpresasEuropaPaíses ricosPolítica no BrasilProtestosReino Unido

Mais de Tecnologia

Spotify vai aumentar preço das assinaturas a partir de junho, diz jornal

Como antecipado pela EXAME, Apple amplia produção de iPhones no Brasil

Apple vai deslocar produção da maioria dos iPhones vendidos nos EUA para Índia até fim de 2026

Uber e Volkswagen vão lançar robotáxis que dispensam motoristas