saúde (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2015 às 06h06.
Pessoas baixas correm maior risco de terem complicações graves devido à obstrução de artérias: é o que diz um estudo divulgado nesta quarta-feira que confirmou, através da análise genética, uma antiga relação entre altura e doenças cardíacas.
O estudo é o primeiro a mostrar que o risco maior é principalmente devido a uma variedade de genes que influenciam se uma pessoa é alta ou baixa, e não outras variáveis, como pobreza ou má alimentação.
O estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Leicester foi publicado no New England Journal of Medicine.
Os pesquisadores examinaram 180 variantes genéticas em um banco de dados de cerca de 200 mil pessoas com e sem doença arterial coronariana, causada pelo acúmulo de placas nas artérias, podendo levar a um ataque cardíaco - causa mais comum de morte prematura em todo o mundo.
Eles descobriram que cada 6,3 centímetros na altura de uma pessoa afeta o risco de doença arterial coronariana em 13,5%.
Como exemplo, uma pessoa de 1,5 metro de altura teria, em média, um risco 32% maior de desenvolver doença arterial coronariana do que uma pessoa que mede 1,68 metro, disse o estudo.
"Quanto mais variantes genéticas que aumentam a altura a pessoa leva, menor é o risco de doença arterial coronariana", explicou Christopher Nelson, co-autor do estudo e catedrático da British Heart Foundation na Universidade de Leicester.
"E, inversamente, se a pessoa é geneticamente menor, maior é o risco", afirmou.
Os pesquisadores esperam que um estudo mais aprofundado dos genes implicados na relação entre altura e doença cardíaca possa levar a uma melhor prevenção e tratamento no futuro.
"Por mais de 60 anos, sabe-se que há uma relação inversa entre altura e risco de doença arterial coronariana", disse o principal autor do estudo, Sir Nilesh Samani, professor de cardiologia da Universidade de Leicester.
"Agora, usando uma abordagem genética", ressaltou o cientista, "foi possível mostrar que a associação entre menor estatura e maior risco de doença cardíaca coronária é uma relação primária e não é devido a variáveis de confusão".