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Pesquisadores localizam gene que favorece resistência ao câncer de próstata

A descoberta pode facilitar o desenvolvimento de tratamentos contra a doença

cancer de prostata (Getty Images)

cancer de prostata (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 05h49.

Uma equipe de médicos identificou nos Estados Unidos o gene mestre, que controla outros genes, e que favorece a resistência do câncer de próstata à quimioterapia, um avanço que pode facilitar o desenvolvimento de tratamentos contra a doença.

A revista científica Câncer Cell publicou nesta segunda-feira (9) a descoberta da equipe do Hospital Monte Sinai de Nova York, que identificou o gene mestre GATUNA2, responsável pela progressão tumoral no câncer de próstata.

O oncologista e investigador Josep Domingo-Domenech, que liderou o estudo, assinalou à Efe que a localização do gene "permite identificar uma maneira de atacar o câncer de próstata", já que ao neutralizar a via pela qual ele atua "permite tornar sensíveis à quimioterapia as células que eram resistentes".

"Encontramos um novo tratamento fazendo toda a dissecação molecular e vendo que o GATUNA2 controla uma via de sobrevivência que podemos inibir farmacologicamente", explicou.

O tratamento será testado em pacientes nos próximos dois anos e será introduzido em alguns hospitais espanhóis mediante colaborações.

Embora ainda não seja possível prever o aumento do tempo de sobrevivência em humanos, as provas pré-clínicas em ratos assinalaram que seria notório, já que os roedores - com uma esperança de vida de dois anos - resistiam o câncer por três a quatro meses mais.

Os pesquisadores fizeram testes em ratos e, pela primeira vez nesta doença, utilizando células humanas obtidas a partir de sangue periférico, o que foi destacado por Domingo-Domenech e o motivo de serem capa da revista "Câncer Cell".

"Até o momento foram utilizados ratos, mas precisávamos do tumor do paciente, o que implica interná-lo em um hospital, o que é caro, dar anestesia e cirurgia, o que é perigoso, e te limita a poder pegar amostras somente no momento da cirurgia", apontou o oncologista.

"O fato de podermos gerar tumores em ratos a partir de tumores humanos e de células obtidas a partir do sangue com uma só extração de 10 mililitros torna muito mais fácil estudar se o tumor de uma pessoa é sensível ou não ao tratamento".

Esse é o primeiro estudo que utiliza esta metodologia e os pesquisadores pretendem que sirva de plataforma para buscar o melhor tratamento contra o câncer de próstata segundo o paciente e "individualizar" o procedimento ao máximo.

O câncer de próstata é o tipo de tumor mais frequente nos homens e entre 85% e 95% dos pacientes diagnosticados em fases iniciais são curados com cirurgia e/ou radioterapia.

No entanto, nos outros casos, a doença tem um curso agressivo, com metástases e resistência aos tratamentos, o que provoca a morte da maioria dos homens diagnosticados em estágios avançados.

Domingo-Domenech opinou que a batalha contra o câncer será ganha mais cedo do que tarde porque "há uma grande quantidade de cientistas brilhantes fazendo um grande trabalho e a tecnologia os está acompanhando" para identificar os principais genes que facilitam a extensão da doença.

"Quanto mais conheçamos o inimigo, com descobertas como o do gene GATUNA2, mais saberemos como atacá-lo. A partir do conhecimento podemos chegar a controlar e curar esta doença, o que seria o sonho de muitos", concluiu.

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