chips (Agência Fapesp)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2015 às 08h20.
Pesquisadores descobriram um novo processo para produzir transistores ultrafinos, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (30) na revista científica Nature. Os aparelhos são feitos a partir de um material experimental chamado dicalcogeneto. Esse metal de transição possui apenas alguns átomos de espessura e propriedades que o tornam útil para a construção de células de energia solar, detectores de luz ou semicondutores.
Infelizmente, a fabricação desses materiais sempre se mostrou muito complicada. Mas os resultados da pesquisa recém-publicada revelam avanços importantes no processo.
O estudo da Nature detalha uma nova forma de produzir o dicalcogeneto, a mais eficiente já desenvolvida até agora. Os pesquisadores usaram uma técnica industrial conhecida como "deposição metal orgânica de vapor químico".
O processo começa com dois compostos misturados em um molde de silício e colocados em um forno de 550ºC, durante 26 horas. Assim, foi possível produzir 200 transistores ultrafinos com boa condução elétrica. "Nosso trabalho leva os dicalcogenetos para uma escala tecnologicamente relevante. Em princípio, não há mais barreiras para a viabilidade comercial", afirma Saien Xie, uma das autoras do estudo.
Se a descoberta funcionar, ela pode representar uma revolução na fabricação de chips. As fabricantes de transistores já estão atingindo o limite de densidade dos chips de silício. Dessa forma, caso as empresas queiram continuar criando aparelhos menores e mais rápidos, como prevê a famosa Lei de Moore, elas precisam de um material ainda mais fino e que possa reunir mais circuitos de forma estável.
Os dicalcogenetos são a principal esperança de pesquisadores e fabricantes de chips ao lado de outro elemento: o grafeno. Ambos os materiais podem ser produzidos com a espessura de alguns átomos, sendo classificados de "materiais bidimensionais".
O próximo passo é fazer com que o dicalcogeneto seja produzido em larga escala. E, principalmente, em temperaturas menores que 550 ºC, já que o calor extremo pode fazer evaporar ou desintegrar outros compostos importantes para o processo.
Fonte: Nature