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Pesquisador brasileiro vai armazenar 10 mil fotos em DNA

Com pesquisa nos EUA, cientista brasileiro quer colocar 10 mil imagens dentro de um DNA e desenvolver uma forma de realizar buscas nesse acervo

 (Dennis Wise/University of Washington/Divulgação)

(Dennis Wise/University of Washington/Divulgação)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 07h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2018 às 11h33.

São Paulo – Qual imagem você gostaria de poder salvar para sempre?

Essa é a pergunta que o pesquisador Luis Ceze está fazendo a pessoas do mundo todo. O brasileiro é professor da faculdade de ciências da computação e engenharia da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

A ideia de Ceze é salvar 10 mil imagens dentro de um DNA sintético. Para isso, ele pede a colaboração das pessoas, que podem enviar as imagens que gostariam de ver conservadas. O projeto, vale dizer, é uma parceria entre pesquisadores da universidade americana e da Microsoft.

Você talvez já tenha lido sobre Ceze e do grupo do Laboratório de Sistemas de Informação Molecular (MISL, na sigla original). Em parceria com a Microsoft, o grupo foi capaz de salvar um videoclipe de música e 100 clássicos da literatura dentro de um DNA.

Apesar de a ideia soar como algo saído diretamente de um filme de ficção científica, as motivações para a pesquisa são bem reais: a humanidade jogará cada vez mais dados fora sem ter onde armazená-los.

A estimativa é que cerca de 70% dos dados produzidos pela humanidade sejam jogados fora—com apenas 30% sendo armazenado. Mas o futuro é ainda pior. Dentro de 12 anos, guardaremos apenas 3% dos dados gerados e, em 2040, apenas 0,5% dos dados serão armazenados.

Isso acontece porque a quantidade de dados gerados crescendo—além de humanos, máquinas geram dados o tempo todo. A outra variável da equação, novas tecnologias de armazenamento de dados de maior densidade, porém, não cresce na mesma velocidade.

Ceze aponta sistemas biológicos como uma alternativa de longa vida-útil em comparação a soluções de silício, como as usadas atualmente. O próprio armazenamento não é novidade. Então qual o grande passo da pesquisa atual?

“Queremos ver como não só gravar dados em DNA, mas como fazer operações diretamente em DNA”, explica o pesquisador.

Em outras palavras, a ambição é de desenvolver uma maneira, por exemplo, de realizar buscas nesse banco de dados. “Queremos realizar essa tarefa como um processo biomolecular.”

Luis Ceze afirma que as pesquisas poderiam levar a avanços no campo de biologia sintética eventualmente. Ele usa como exemplo o nariz humano, um sensor com finalidade específica que faz tarefas que seriam impossíveis para um sistema baseado em silício.

Se você quiser colaborar com as pesquisas, portanto, basta enviar alguma imagem que gostaria que ficasse guardado por muito tempo. Isso pode ser feito por meio deste website.

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