O estudo foi dirigido pelo professor Hans-Jakob Schneider, da Escola de Estudos Sociais do noroeste da Suíça (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2012 às 21h48.
Genebra - A adoção de um sistema online para o aprendizado infantil permite aos alunos melhorarem suas habilidades para a escrita de maneira notável, segundo o resultado de um estudo realizado na Suíça nos últimos três anos divulgado nesta terça-feira.
A principal conclusão é que as crianças que tiveram acesso ao sistema - no qual podiam ler, escrever e conversar livremente - aprenderam a escrever seus textos de maneira mais interessante para o leitor, e inclusive com melhor ortografia.
O estudo foi dirigido pelo professor Hans-Jakob Schneider, da Escola de Estudos Sociais do noroeste da Suíça. A equipe de docentes trabalhou com 724 crianças entre sete e dez anos (num total de 44 turmas) de três diferentes cantões do país (Argóvia, Zurique e Basileia), divididas em dois grupos.
Os alunos do primeiro grupo tiveram de se inscrever no sistema online, enquanto os do segundo grupo não tinham acesso algum e escreviam seus textos no papel.
O que se observou é que a experiência no sistema online permitiu às crianças melhorar sua linguagem narrativa, habilidade que desenvolveram muito melhor que as do segundo grupo após os três anos que durou a experiência, financiada pelo Fundo Nacional Suíço (FNS), organismo público que promove a pesquisa científica.
Os professores detectaram que as diferenças eram particularmente significativas nas ''marcas linguísticas visíveis'' do texto, pois as crianças que trabalharam com a plataforma online usavam mais conjunções temporais, como ''primeiramente'' e ''em seguida''.
Além disso, faziam uso de frases ou palavras que reavivavam a atenção do leitor, como ''de repente'', enquanto seus adjetivos e verbos tinham mais a ver com as emoções. Em suma, seus textos eram mais atrativos que os do grupo que escrevia em papel.
A pesquisa determinou que a razão disso era que, no grupo que usou internet, os alunos tentavam envolver mais o leitor, queriam que o texto fosse atraente e podiam deduzir - ao observar os textos que eram mais lidos no sistema - o que mais podia chamar a atenção do leitor.
Diferente do que se poderia pensar, a ortografia deste grupo não ficou pior, mas pelo contrário, o que é louvável sobretudo quando se leva em conta que os professores não corrigiam o que escreviam no sistema.