O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo: de acordo com Bernardo, em 2013 o Google faturou R$ 3,5 bilhões em publicidade no Brasil (Marcello Casal Jr/ABr)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 19h11.
Brasília - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta segunda-feira que o Google "está se tornando o grande monopólio da mídia" e defendeu a necessidade de regular o mercado e revisar assuntos como a tributação das receitas por publicidade do gigante de internet.
"A gente vê uma disputa entre empresas de telecomunicações e TVs e, provavelmente, se durar muitos anos, o Google vai engolir os dois", declarou Bernardo após a cerimônia de posse dos novos ministros da Casa Civil, da Educação, da Saúde e da Secretaria de Comunicação Social (Secom).
Perguntado se o Brasil vai tomar medidas para diminuir a ação de companhias como o Google, o ministro respondeu que se trata de uma questão que deve ser "discutida".
"Isso tem de ser colocado na pauta. Se você tem, por exemplo, uma empresa que, num setor, tem 70% de participação, é evidente que talvez seja o caso de discutir ", acrescentou o ministro.
Paulo Bernardo também se mostrou a favor da regulação dos meios de comunicação já que, segundo sua opinião, existem empresas que vendem serviços pela internet e não têm as mesmas responsabilidades que os veículos tradicionais.
"Não estou falando de regular conteúdo. Sou absolutamente contra. Agora, nós podemos ter dois tipos de veículo vendendo publicidade? Um pagando imposto e outro pagando nada? Isso eu acho que tem de ser visto", sustentou.
De acordo com Bernardo, em 2013 o Google faturou R$ 3,5 bilhões em publicidade no Brasil.
"E esse dinheiro tem imposto? Os (mesmos) impostos que a mídia tradicional paga? Não acredito que tenha", questionou.
O ministro ainda fez referência ao Marco Civil da Internet, um projeto de lei apresentado pelo governo que defende a privacidade do usuário, entre outros aspectos, e que ganhou força no Brasil após as denúncias de espionagem por parte dos Estados Unidos.
"Espero que seja votado rápido (no Congresso). Acho que a discussão está sendo bem feita, que todas as questões foram colocadas, e que está pronto para ser votado", concluiu. EFE