Patrulha aérea: os pombos alçaram voo nesta segunda (14) usando coletes com tecnologia de monitoramento do ar. (DigitasLBI)
Vanessa Barbosa
Publicado em 14 de março de 2016 às 16h36.
São Paulo - Considerados verdadeiras pragas nas grandes cidades, com direito à alcunha de "ratos voadores", os pombos (quem diria?) parecem ter encontrado um caminho para a redenção — pelo menos em Londres, onde eles vão monitorar a qualidade do ar que os londrinos respiram.
A empresa de monitoramento da qualidade do ar Plume Labs fez uma parceria com o Twitter no Reino Unido e a startup DigitasLBi para lançar nos céus da capital uma "patrulha" de pombos equipados com tecnologias de detecção de poluição ultraleves e GPS.
Eles alçaram voo nesta segunda-feira (14) usando pequeninos coletes que se encaixam confortavelmente no peito e são capazes de medir os níveis de dióxido de nitrogênio e ozônio, gases nocivos presentes no ar poluído.
Devidamente equipados, os pombos foram soltos nas chamadas áreas "cegas" da cidade, que não possuem estações fixas de monitoramento de qualidade do ar. Depois de coletar os dados de poluição, eles tuítam essas informações no perfil do projeto, o @PigeonAir.
A poluição do ar é um problema grave de saúde ambiental, que chega a matar 9 mil pessoas por ano em Londres apenas. E o acesso à informação sobre a qualidade do ar nem sempre é fácil. Para mudar isso, o projeto permite que qualquer pessoa tuíte sua localização para saber se o ar está bom ou ruim.
And we're off! The first #PigeonAir patrol flies from Brick Lane, monitoring air pollution as we go! pic.twitter.com/W8KnyrxnCe
— Pigeon Air Patrol (@PigeonAir) 14 de março de 2016
A ideia de colocar os pombos para trabalhar veio de Pierre Duquesnoy, diretor criativo de marketing e tecnologia na agência global DigitasLBi. No ano passado, ele apresentoou sua proposta na competição #PoweredByTweets, lançada em conjunto com o London Design Festival. Como se vê, o projeto fez tanto sucesso que virou realidade.
Em entrevista ao The Guardian, ele disse que foi inspirado pelo uso de pombos para fornecer informações e salvar vidas durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial.
Para o projeto, Duquesnoy trabalhou com a Plume Labs, uma empresa de tecnologia que ajuda os cidadãos a controlar sua exposição à poluição do ar. E, claro, também contou com a ajuda de meia dúzia de pombos especiais e treinados.