Estratégia esbarra em questões que devem ser dirimidas pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2012 às 18h05.
São Paulo - Dos cerca de 11 milhões de domicílios da área de concessão da Telefônica em São Paulo, a rede de fibra óptica da companhia já atinge 1 milhão deles. O presidente do grupo Telefônica no Brasil, Antônio Carlos Valente, explica que, diante da necessidade de se dar um salto tecnológico, a companhia optou pela “opticalização” da rede.
A estratégia, segundo ele, esbarra em questões que devem ser dirimidas pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações, como o uso dos dutos e a regulamentação da Voz sobre IP (VoIP).
Valente traçou um cenário vivido pelas concessionárias de telecomunicações e que enseja uma discussão sobre a revisão do modelo de telecomunicações. Hoje o serviço de telefonia (STFC) está em declínio, mas a rede de par trançado é uma rede cara de se manter uma vez que está sujeita a roubos, acidentes etc. E com a redução do número de clientes, o custo unitário de manutenção dessa rede aumenta.
O ministro Paulo Bernardo, que participou do debate junto com Valente no Seminário Políticas de (Tele)Comunicações, organizado pela Converge e pelo Centro de Estudos de Políticas de Comunicação da UnB, concorda com a necessidade de se pensar na revisão do modelo. “O cenário está traçado. Em 2025 vamos receber de volta esse par trançado de cobre. E temos que discutir porque é inexorável que esse serviço entre em extinção”, analisa o ministro.
O presidente da Telefônica ressaltou que o setor, depois de 15 anos da edição da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), tem hoje 311 milhões de acessos em serviço, seja móvel, fixo banda larga ou TV por assinatura, apesar de toda a carga tributária que incide sobre o setor. Sobre esse assunto, Valente disse que existem coisas “simples” que poderiam ajudar a resolver o problema. Segundo ele, hoje as teles não conseguem obter os créditos de ICMS do que gastam com energia elétrica, compensação prevista para os gastos com insumos de produção. “Em telecom, o principal insumo é a energia. Mas existe uma legislação específica que nos impede de conseguir esse crédito. E os valores são amazônicos, como tudo no setor”, afirma.