Uber: empresa está buscando fazer as pazes com motoristas do app (David Paul Morris/Bloomberg)
Victor Caputo
Publicado em 23 de agosto de 2017 às 13h22.
Última atualização em 23 de agosto de 2017 às 13h22.
São Paulo – A Uber, empresa de transporte, está trazendo recursos que darão mais autonomia aos motoristas da plataforma. A novidade faz parte de uma campanha de 180 dias com notícias positivas da empresa para fazer as pazes com os motoristas. As informações foram publicadas pelo site Recode.
Uma das mudanças mais significativas é a possibilidade de que o motorista escolha quais modalidades de corrida está disposto a fazer pelo app. Será possível escolher entre UberX/Pool, Select, Uber XL ou entregas de Uber Eats. O motorista poderá escolher se quer apenas uma, duas ou todas as modalidades.
As mudanças são fruto de conversas entre a empresa e motoristas parceiros. O objetivo é fazer com que o serviço seja mais atrativo para os profissionais.
“Quando perguntávamos a motoristas o que eles apreciam nessa experiência que seria mais valioso do que outras oportunidades de trabalho, surgia sempre a flexibilidade”, falou ao Recode o chefe de experiência de motoristas da Uber Aaron Schildkrout.
Entre outras novidades que devem chegar está a possibilidade de não pegar viagens com tempo previsto superior a 45 minutos.
Os motoristas também poderão sinalizar para onde querem ir—selecionando viagens com destino próximo. Esse recurso já existe, mas a Uber vai aumentar o número de vezes que isso pode ser feito por dia. Uma novidade, é que o motorista poderá dizer por volta de qual horário deseja estar no local para onde quer ir.
Recentemente, uma função que permite que o passageiro dê gorjetas ao motorista foi ao ar no Reino Unido.
No Brasil, onde 54% dos internautas usam Uber, uma grande reclamação dos motoristas é por conta da impossibilidade de rejeitar pagamentos em dinheiro. EXAME consultou a Uber sobre o assunto. A empresa, no entanto, não esclareceu se motoristas poderiam configurar quais modos de pagamentos aceitam. Inicialmente, não parece ser o caso.
Assim que a Uber enviar resposta oficial, atualizaremos este texto.
Fazer as pazes com motoristas é um passo importante para a Uber neste momento. A empresa enfrenta uma crise de gestão, relação com clientes e motoristas, além de problemas de percepção de marca—tudo isso enquanto procura novos investidores.
Após a saída de seu CEO e co-fundador Travis Kalanick, a empresa ainda busca por um nome para assumir a presidência executiva. Outros executivos têm deixado cargos de liderança, como foi o caso de Ryan Graves, ex-chefe de operações, que deixou a empresa neste mês.
Uma das esperanças da empresa é a chegada de Bozoma Saint John. Amiga da estrela do pop Beyoncé e ex-funcionária da Apple, ela é a primeira chefe de marca da Uber.