Teams: empresa planeja tornar plataforma tão importante quanto um navegador (Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)
Thiago Lavado
Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 13h45.
Última atualização em 5 de janeiro de 2021 às 16h23.
O software de reuniões e organização empresarial Teams foi um dos sucessos de 2020 na Microsoft. Entre julho de 2019 e final de setembro de 2020 o número de usuários diários saiu de 13 milhões para 115 milhões. A pandemia, o trabalho de casa e o distanciamento colaboraram, claro, com empresas precisando adotar recursos para integrar equipes e melhorar rotinas de trabalho.
O Teams não figurou sozinho nessa ascensão, concorrentes como Zoom e até o Slack, que foi adquirido no final do ano pela Salesforce por 27 bilhões de dólares, ganharam escopo e usuários durante 2020.
Para Satya Nadella, o presidente que comanda o gigante Microsoft, 2021 será o ano de consolidar o Teams como um software definitivo, tão importante quanto um sistema operacional ou o navegador web.
Em entrevista para o jornal britânico Financial Times, o CEO afirma que o software é uma nova camada de organização, capaz de unir as principais ferramentas que trabalhadores precisam com funções de colaboração, reuniões em vídeo, chat e outras aplicações de negócios.
"Na China, o WeChat é a internet, e esse é um grande exemplo", disse Nadella ao periódico. "Não há um equivalente Ociental. Teams é provavelmente o mais próximo quando se trata da área de trabalho".
Antes da pandemia, o software dificilmente poderia ser colocado como um sucesso: feito para competir com o Slack, então uma startup de comunicação que ganhava no mercado. A necessidade de reuniões em vídeo garantiu bastante do fôlego que culminou no crescimento do Teams durante a pandemia.
Agora, o plano é permitir que as ferramentas tradicionais do pacote Office — como Word, PowerPoint e Excel — possam ser acessadas pelo Teams.
A ideia é também abrir a plataforma para desenvolvedores externos, permitindo uma nova geração de aplicativos que possam ser integrados à plataforma, dando maior liberdade para que empresas possam repensar processos e trabalho em torno da plataforma. No ano passado, uma parceria com o aplicativo de bem-estar e meditação Headspace já havia sido anunciada nesse sentido.
De acordo com especialistas ouvidos pelo Financial Times, a Microsoft ganhou da concorrência, ofertando o Teams gratuitamente junto de seu pacote de serviços empresariais. A aquisição do Slack foi um sinal de que a plataforma ficou sem saída.
Para Nadella, os planos para 2021 envolvem agora preparar o Teams para que possa ser usado em um modelo híbrido, adaptado para o fim da pandemia de covid-19. A crença de Nadella e do time da Microsoft é que o trabalho não será o mesmo após este evento, e o mundo irá requerer um misto de softwares adaptados para trabalhar em tempo real, mas também em horários próprios, garantindo maior flexibilidade.