panasonic (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2013 às 12h39.
Durante quase 50 anos, a cidade de Fujisawa, no leste do Japão, abrigou um enorme parque fabril da gigante Panasonic. No local, eram produzidos milhões de televisores, geladeiras e ventiladores.
Agora, na área de 19 hectares - equivalente a 24 estádios do Morumbi -, não se vê mais máquinas e chaminés, mas os contornos de uma nova e diferente cidade, totalmente sustentável e erguida ao custo de R$ 1,3 bilhão.
No vilarejo, que receberá os primeiros habitantes em abril de 2014, todos os carros serão elétricos, as casas funcionarão à base de energia solar e haverá até incentivo financeiro para que os moradores vivam de forma sustentável. Até 2018, mil famílias deverão povoar o novo espaço, batizado de Fujisawa Sustainable Smart Town.
O projeto é capitaneado pela própria Panasonic - que cedeu os terrenos e responderá por 50% do investimento total - e recebe auxílio de outras oito empresas. Sete delas são japonesas e a outra é a consultoria americana Accenture.
O valor das casas ainda não foi revelado, mas uma panahome (modelo sustentável pré-fabricado da Panasonic) é vendida atualmente no Japão por aproximadamente R$ 1 milhão. A diferença é que agora não serão apenas as casas que funcionarão de forma inteligente e ecológica, mas uma cidade inteira.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o especialista em tecnologias verdes da Panasonic e um dos responsáveis pelo projeto, Roy Kobayakawa, refuta o rótulo de laboratório gigante e diz que a nova cidade usará apenas tecnologias e produtos já disponíveis no mercado.
Segundo o executivo, é exatamente isso que diferencia Fujisawa das outras comunidades sustentáveis espalhadas pelo mundo. Os projetos convencionais privilegiam o design, enquanto Fujisawa se baseia na necessidade do morador. Não é um projeto piloto, é vida real. Vamos vender essas casas para pessoas que, de fato, vão morar lá, explica Kobayakawa.
Negócio
Mas a Panasonic, que hoje concentra 21% das suas vendas no segmento sustentável, tem sim um olho no futuro. Juntamente com as empresas parceiras e os moradores, formará um comitê de administração da cidade, que pensará de forma continua em melhorias de produtos e serviços - como uma grande incubadora. Também queremos obter lucro com esse projeto, diz o executivo.
A ideia inicial é que a nova cidade ofereça um modelo replicável para outras partes do Japão. Mas Kobayakawa já fala em levar a iniciativa a outros países, incluindo o Brasil. Ainda não há um projeto específico, mas vemos potencial no País. A cidade de Curitiba, por exemplo, tem uma grande consciência ambiental, com vários prédios inteligentes, diz.