Nolan Bushnell: em palestra na sexta edição da Campus Party, pai do Atari lembrou da passagem de Jobs pela empresa. "Sinto falta dele", afirmou (Gabriela Ruic/ EXAME.com)
Gabriela Ruic
Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 13h44.
São Paulo – Um dos palestrantes mais aguardados da sexta edição da Campus Party Brasil, Nolan Bushnell, mais conhecido como o pai dos videogames, subiu ao palco principal do evento nesta quarta-feira. Aplaudido por uma plateia fervorosa de fãs, Bushnell relembrou momentos importantes da história da icônica empresa que fundou, como, por exemplo, a passagem de Steve Jobs e Steve Wozniak pela Atari.
“As pessoas sempre me perguntam sobre o que Steve (Jobs) e Woz (Steve Wozniak) tinham de especial”, relembrou durante a palestra. “Ambos tinham um tremendo entusiasmo e senso de brincadeira. E por isso digo que, quando você estiver pensando no que fazer com sua vida, nunca amadureça”, riu Bushnell.
Mais que um mero retrato do passado, Bushnell também falou sobre o futuro dos videogames, especialmente no que diz respeito ao seu poder como ferramenta educativa. “Games são capazes de ensinar de forma muito mais rápida que qualquer meio”, declarou ele, hoje à frente da BrainRush, empresa dedicada ao desenvolvimento de softwares educativos.
Já em relação aos games como entretenimento, o pai do Atari explicou aos campuseiros que a tendência que percebe como mais forte é a realidade aumentada. Para ser mais preciso, citou os óculos do Google como exemplo de tecnologia que pode se transformar em oportunidades interessantes para os desenvolvedores de games.
Apesar das histórias engraçadas e de compartilhar sua visão do futuro, ficou claro que o objetivo da palestra era o de passar uma mensagem aos campuseiros, amontoados no pequeno espaço reservado para o palco principal. “O que Jobs fez para ser tão incrível? Trabalhou duro. Cheirava mal? Sim, mas trabalhava muito duro”, brincou.
Seu recado final, contudo, foi pontual: “Apenas faça!” enfatizou. “E quando eu digo isso,quero dizer: Comece a programar e disponibilize seu trabalho, o mercado irá dizer se é ruim. E, se for bom, as pessoas vão descobrir”.
Atari pede concordata
O contexto de sua passagem pelo Brasil não é dos melhores para a empresa que fundou nos anos setenta: em dificuldades financeiras, a Atari entrou com pedido de concordata na semana passada.
Sobre o assunto, Bushnell disse apenas que vê a estratégia como um movimento do xadrez. “Foi um movimento financeiro para separar a Atari de uma estrutura tóxica na França”, declarou em coletiva à imprensa. “Acho que foi a coisa mais inteligente a ser feita e estou ansioso em participar da repaginação da marca”, finalizou.