Agência
Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 17h59.
Um paciente paralisado, que aceitou uma cirurgia de interface cérebro-computador, agora pode beber água por conta própria, anunciou uma equipe de pesquisa chinesa.
As equipes lideradas pelo Prof. Zhao Guoguang no Hospital Xuanwu, da Universidade Médica Capital, e pelo Prof. Hong Bo na Escola de Medicina da Universidade Tsinghua, concluíram em conjunto a cirurgia de BCI em outubro passado, implantando chips no crânio do paciente, informou o Hospital Xuanwu no WeChat ontem.
O paciente é um homem de 54 anos que sofreu uma grave lesão na medula espinhal em um acidente de carro, tornando-se tetraplégico como resultado.
Após três meses de reabilitação em casa, após a cirurgia inovadora, o paciente agora pode controlar uma luva mecânica graças a dois chips do tamanho de uma moeda implantados em seu crânio, capazes de realizar ações controladas pelo cérebro. Isso inclui beber água, com uma precisão de agarre de mais de 90%, conforme anunciado.
A empresa Neuralink, de Elon Musk, ganhou destaque no início do ano passado após implantar seu primeiro chip cerebral em um paciente humano. Os resultados iniciais foram promissores, disse Musk, que também é CEO da gigante de veículos elétricos Tesla, em 29 de janeiro, atraindo a atenção pública para a tecnologia BCI.
Ao contrário do processo usado pela Neuralink, a equipe chinesa implantou os chips no crânio do paciente, em vez do córtex cerebral, garantindo qualidade de sinal dentro do crânio e evitando danos ao tecido neural, de acordo com o Hospital Xuanwu.
A China concluiu o primeiro ensaio clínico humano de cirurgia BCI em 2020. O ensaio na Universidade de Zhejiang ajudou um paciente paralisado a recuperar a capacidade motora.
O mercado global de aplicações médicas BCI poderia atingir US$ 145 bilhões até 2040, afirmou a consultoria McKinsey em um relatório. O mercado para o uso da tecnologia no tratamento de doenças graves poderia atingir US$ 85 bilhões, acrescentou, enquanto para aplicações de nível consumidor, com foco principal na avaliação e intervenção emocional, o mercado poderia valer US$ 60 bilhões.