Tecnologia

Outro executivo do Google corre risco de prisão

Diretor financeiro da empresa é envolvido em processo eleitoral por se recusar a retirar do ar ataques à prefeita de Ribeirão Preto (SP), candidata a reeleição


	Google: empresa se recusou a retirar do ar os conteúdos apontados
 (Getty Images)

Google: empresa se recusou a retirar do ar os conteúdos apontados (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2012 às 21h39.

São Paulo - O juiz Sylvio Ribeiro de Souza Neto, da 305º Zona Eleitoral de Ribeirão Preto, reiterou nesta sexta-feira que o diretor financeiro do Google, Luiz Pinto Balthazar, deve comparecer a uma delegacia da Polícia Federal para assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desobediência eleitoral; caso contrário, o executivo será preso. O episódio ocorre dois dias após Fábio Coelho, diretor geral do Google Brasil, assinar termo idêntico, sendo liberado em seguida.

Os dois casos são consequência de decisões liminares em que a Justiça ordenou que o Google retirasse, de sites de sua propriedade, conteúdos considerados ofensivos a candidatos nas eleições municipais do próximo dia 7. Nas duas situações, o gigante de buscas não cumpriu as decisões.

No episódio de Ribeirão Preto, o magistrado acatou, no dia 12, pedido da prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), candidata à reeleição. Ela solicitava remoção de textos do blog do jornalista Márcio Francisco que a criticavam. A página estava hospedada no serviço Blogspot, do Google, e, segundo o juiz, continha "ofensas, publicações abusivas e depreciativas à honra e à imagem da candidata".

O Google se recusou a retirar do ar os conteúdos apontados, alegando que a medida traria prejuízos à liberdade de expressão e ao acesso de eleitores e usuários em geral à informação. No dia 22, o juiz manteve a decisão e determinou ainda que Balthazar assinasse o TCO.

Ao site de VEJA, o juiz de Ribeirão Preto afirmou que os textos de Francisco violam o Código Eleitoral, que determina a exclusão de qualquer material contendo injúria ou calúnia a candidatos. "Críticas polidas não são vistas como um problema. As ofensas, contudo, devem ser retiradas do ar", diz o magistrado.

Em resposta à resolução judicial desta sexta-feira, o Google afirmou que já tomou as medidas legais cabíveis. "Reafirmamos nosso compromisso com a liberdade de expressão, pois acreditamos que os eleitores têm direito a fazer uso da internet para livremente manifestar suas opiniões a respeito de candidatos como pleno exercício da democracia, especialmente em períodos eleitorais", diz comunicado da companhia.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleInternetJustiçaTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes