Tecnologia

Operadoras se dizem surpresas com decisão da Anatel

Oi, TIM e Claro afirmaram que a suspensão das vendas só traz prejuízos para a população e não elimina os problemas existentes

Teclado de celular (sxc.hu)

Teclado de celular (sxc.hu)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 21h12.

São Paulo - O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) se declarou surpreso com a medida adotada nesta quarta-feira pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de proibir que as operadoras Oi, TIM e Claro vendam novos chips em vários Estados do Brasil, até que apresentem planos de investimentos e resolvam todas as demandas de clientes em seus call centers em até 30 dias. Para o sindicato, a decisão prejudica a população e não elimina os problemas existentes.

"O setor afirma que a suspensão das vendas só traz prejuízos para a população e não resolve os eventuais problemas de qualidade dos sinais de telefonia móvel. A proibição da venda, além de restringir o cidadão na sua escolha de novos planos e serviços, pode afetar uma série de pequenas empresas, que têm como principal fonte de receita a venda de chips de celulares, comprometendo inclusive a oferta de postos de trabalho", afirmou o sindicato em nota.

O SindiTelebrasil reclama que "a decisão foi baseada em queixas apresentadas ao call center da Anatel, que não revelam as reais condições das redes que suportam os serviços", e que vem cobrando das autoridades mudanças que permitam uma melhor infraestrutura.

O sindicato cita o caso de Porto Alegre como um exemplo das 250 diferentes leis municipais que "limitam" e "atrasam" a expansão dos serviços. "Só em Porto Alegre existem quase 100 pedidos para a instalação de antenas aguardando aprovação. Alguns desses pedidos foram apresentados há pelo menos quatro anos", declarou o sindicato.


Desde a última segunda-feira, por causa do grande número de reclamações pela dificuldade de sinal, o Procon gaúcho proibiu as operadoras de vender novas habilitações de telefones móveis pré e pós pagos em Porto Alegre, além de serviços de internet móvel na capital gaúcha.

O Sinditelebrasil alertou ainda que "a quarta geração da telefonia móvel (4G), que começará a operar no próximo ano e será demandada durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014, exigirá pelo menos o dobro do número de antenas utilizadas hoje pela tecnologia 3G. E a instalação dessa infraestrutura também poderá enfrentar as mesmas dificuldades".

TIM

A operadora de telefonia TIM garante que adotará todas as medidas necessárias para restabelecer o quanto antes a normalidade de suas atividades nos 19 Estados em que será proibida de vender novas linhas a partir de segunda-feira. Em nota à imprensa, a empresa afirmou estar "surpresa" com a medida "tão extrema" adotada pela Anatel. "A TIM reafirma que está desenvolvendo um conjunto de projetos de infraestrutura para seguir suportando o seu crescimento e capturando as oportunidades que o mercado brasileiro oferece", afirmou o comunicado.

Segundo a empresa, o maior esforço da empresa no primeiro semestre deste ano foi a integração da rede móvel com a rede de fibra ótica da TIM Fiber, para expandir a capacidade. Em 2013, a TIM projeta que 80% das maiores cidades brasileiras estejam conectadas via fibra ótica. "Esse investimento melhorará a qualidade de transmissão de voz e dados de forma significativa", destacou a empresa.

O comunicado mencionou ainda o Índice de Desempenho no Atendimento da Anatel (IDA), no qual a TIM saiu da última posição no indicador e assumiu a vice-liderança, refletindo a redução de 36% das taxas de reclamações. "Comparando o primeiro trimestre de 2011 com o mesmo de 2012, a TIM foi a única operadora a apresentar redução na taxa de reclamações e crescimento na pontuação do IDA."


A operadora reafirmou que nos últimos quatro anos investiu cerca de R$ 3 bilhões anualmente na melhoria da capacidade e expansão de rede.

Oi

A Oi avaliou que o parâmetro de análise da Anatel, que resultou na suspensão das vendas dos serviços da operadora em cinco Estados, "não reflete os investimentos maciços realizados em melhorias de rede". "O entendimento da Oi é que a análise está defasada em relação à evolução recente percebida na prestação dos serviços. Os dados não consideram o esforço e a concentração de investimentos realizados nos últimos 12 meses", afirmou a companhia em nota à imprensa.

Na comunicado, a operadora cita que investirá no País R$ 6 bilhões neste ano, cifra superior aos R$ 4,959 bilhões de 2011. A empresa reafirma o plano estratégico de investir R$ 24 bilhões entre 2012 a 2015.

A empresa destacou que investirá 32% a mais no Estado do Rio Grande do Sul este ano, somando R$ 290 milhões, dos quais R$ 76 milhões serão destinados à expansão e à modernização da rede de telefonia móvel. Aos Estados do Norte, a Oi informou que investiu no ano passado R$ 240 milhões. No Mato Grosso do Sul, a empresa relatou que investirá 20% a mais este ano em relação a 2011.

Claro

Para a Claro, "problemas pontuais" de atendimento no call center geraram a suspensão da venda de novas linhas móveis nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Sergipe, conforme determinação da Anatel. Em nota à imprensa, a empresa informou que "ações de melhorias já apresentaram resultados nos indicadores da Anatel do mês de junho".

A operadora também se disse surpresa com a decisão da Anatel. "A operadora faz fortes investimentos em rede no Brasil, sendo R$ 3 5 bilhões apenas em 2012, como resultado a Claro apresenta um dos melhores indicadores de rede medidos pela própria Anatel", mencionou o comunicado.

A empresa informou ainda que apresentará prontamente à Anatel o seu plano de investimentos, que "busca manter a constante excelência do serviço".

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