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Operadoras de telefonia serão investigadas por ataque hacker

Ministério Público Federal de Brasília abriu um inquérito para analisar vulnerabilidades das operadoras de telefonia

Hackers: por conta de vulnerabilidades, operadoras de telefonia entraram na mira do Ministério Público Federal de Brasília (TEK IMAGE/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Hackers: por conta de vulnerabilidades, operadoras de telefonia entraram na mira do Ministério Público Federal de Brasília (TEK IMAGE/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 1 de agosto de 2019 às 18h24.

Última atualização em 1 de agosto de 2019 às 18h47.

São Paulo – O Ministério Público Federal de Brasília abriu um inquérito civil público e vai investigar se as operadoras de telefonia podem ser responsabilizadas pelas invasões de hackers aos celulares que culminaram no vazamento de conversas privadas do ministro Sergio Moro, do procurador Deltan Dallagnol e de outras autoridades.

A investigação se dá dias depois de a Polícia Federal prender quatro suspeitos de terem realizado a invasão aos celulares. O órgão vai analisar se possíveis brechas nos sistemas das empresas de telefonia facilitaram o trabalho dos invasores para obter conversas privadas de Moro e de procuradores da Lava Jato no aplicativo Telegram.

Uma das vulnerabilidades que teria sido explorada no caso seria o acesso à caixa postal de um número de telefone usando o mesmo número do destinatário. Como o código de ativação do Telegram pode ser solicitado por chamada telefônica, bastou que os hackers mantivessem o telefone alvo com a linha ocupada. A mensagem, então, era direcionada para a caixa postal.

Com o esquema deflagrado, as operadoras de telefonia começaram a adotar mudanças em suas práticas. As operadoras Vivo, Claro e Tim, por exemplo, já não permitem realizar o procedimento de acesso à caixa postal por ligação para a própria linha.

O Telegram também se movimentou neste sentido. O aplicativo só envia um código de confirmação por chamada telefônica caso o usuário tenha ativado um sistema de autenticação em dois fatores, recurso que garante mais segurança ao programa.

O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) se manifestou afirmando que as operadoras são seguras, mas não têm controle sobre o conteúdo de aplicativos e que alerta para que os clientes optem pelos padrões de segurança mais rigorosos.

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