Fukushima (afp.com / Tepco fukushima)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2014 às 07h50.
Desmembrar a usina nuclear de Fukushima da controladora Tokyo Eletric Power poderá ser uma opção apenas no futuro caso a desativação da planta ocorrer sem problemas.
Quase três anos depois de um devastador terremoto e tsunami que atingiu a usina, a Tokyo Electric (Tepco) ainda está lutando para conter a água radioativa no local e recuperar sua desgastada finanças.
"Pagar compensação (para desalojados), descontaminação da água, e o trabalho na usina de Fukushima, há um monte de trabalho a ser feito... Temos que continuar fazendo isso, enquanto mantemos a segurança, o sentido de responsabilidade, o dever e a moral dos trabalhadores" , disse Naomi Hirose, em entrevista à Reuters, neste sábado.
Hirose disse que se as condições de trabalho melhorarem significativamente em Fukushima e a escassez de mão-de-obra não se tornar mais problema, a empresa poderá avaliar desmembrar a desativada Fukushima do resto do seu negócio, sugestão feita por políticos desde o desastre. Mas, por enquanto, Hirose disse que continua se opondo à esta solução.
O Japão esta semana aprovou um plano destinado à Tepco, maior empresa de serviço público da Ásia, cujo objetivo é reduzir em 46 bilhões de dólares as despesas ao longo de 10 anos. Além disso, busca atualizar as usinas de combustíveis fósseis e realizar acordos com outras empresas para buscar gás natural liquefeito (GNL) de forma mais barata.
Mas o plano central para o renascimento da Tepco é o reinício dos reatores em Kashiwazaki Kariwa, a maior usina nuclear do mundo, já em julho, que enfrenta forte oposição de um governador local, que defendido a liquidação da empresa.
O governador Hirohiko Izumida de Niigata, que abriga a usina Kashiwazaki cerca de 300 quilômetros a noroeste de Tóquio, disse esta semana que o plano de Tepco não leva em conta a posição de acionistas e bancos responsáveis. Ele também disse que a Tepco não deve ser autorizada a considerar reiniciar suas outras instalações nucleares antes de uma revisão global do desastre de Fukushima.
Já a Tepco rebateu dizendo que pode ter de aumentar os preços de eletricidade em até 10 por cento se a retomada de Kashiwazaki atrasar ainda mais.