Intrusos buscaram a informação através dos sistemas militares americanos e comunicações por satélite, segundo o informe do McAfee (Sean Gallup / Getty)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2011 às 14h47.
Washington - Os governos dos Estados Unidos e de outros países, a ONU, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e empresas tercerizadas de defesa americanas foram vítimas de uma campanha global de ciberespionagem, afirmou nesta quarta-feira a empresa de segurança informática McAfee.
A McAfee não identificou o país que está por trás desta sofisticada campanha de pirataria informática, denominada "Operation Shady RAT", que existe pelo menos desde 2006, mas os analistas de segurança informática apontam para a China.
O relatório da McAfee identificou 72 alvos "em perigo", incluindo os governos de Estados Unidos, Canadá, Índia, Coreia do Sul, Taiwan e Vietnã.
Outras vítimas são as redes informáticas da ONU, a Associação de Nações do Sudeste Asiático, o COI e os comitês olímpicos nacionais, a Agência Mundial Antidoping (AMA), um laboratório do Departamento de Energia dos Estados Unidos e cerca de doze empresas de defesa do mesmo país, indicou a McAfee.
Os intrusos buscaram a informação através dos sistemas militares americanos e comunicações por satélite, segundo o informe.
As vítimas foram alvo de uma "operação de cinco anos dirigida por um ator específico", explicou a McAfee, e foram identificadas a partir dos registros de rastreamento de um único servidor.
James Lewis, especialista em segurança cibernética do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse que a evidência não pode ser "conclusiva em um sentido legal", mas as suspeitas apontam para a China.
"Pode-se pensar em ao menos outros três grandes programas concedidos à China que são muito similares", disse Lewis à AFP. "É um padrão de atividade que vimos antes. Vai no mesmo sentido de outras atividades".
Lewis, que foi informado sobre o relatório antes de sua divulgação, considerou "incomum a quantidade de detalhes que a McAfee foi capaz de conseguir".