O presidente Francisco Valim revelou que a Oi aguarda a definição pelo governo das regras do leilão para então definir sua presença na disputa (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2012 às 10h56.
Rio de Janeiro - A Oi ainda não bateu o martelo sobre sua participação no leilão telefonia móvel de quarta geração (4G), previsto para maio. O presidente da companhia, Francisco Valim, revelou que a Oi aguarda a definição pelo governo das regras do leilão para então definir sua presença na disputa.
"As regras do jogo precisam ficar claras para que possamos definir nossa participação. Normalmente, as empresas participam de um leilão como este", afirmou o presidente da tele.
Segundo Valim, o edital colocado em audiência pública apresenta uma "complexidade grande" e por isso a companhia prefere esperar uma maior clareza antes de se posicionar sobre o tema. Entretanto, Valim ressaltou que as frequências a serem licitadas são importantes e poderiam complementar o portfólio do grupo. "A lógica indica que sim (participaremos). Mas as regras são importantes para determinar o entusiasmo e o escopo", completou.
Despesas financeiras
A queda de 48,9% no lucro líquido da Oi S.A em 2011, para R$ 1,005 bilhão, foi resultado do aumento de despesas financeiras realizado no intuito de preparar a então Brasil Telecom para a reestruturação societária. "Fizemos emissão em reais e duas debêntures para gerar o caixa necessário para pagar dividendos, direito de recesso e o capex (investimento) da Oi S.A", disse o diretor de Finanças e RI da Oi, Alex Zornig, em teleconferência com jornalistas.
Segundo Zornig, as despesas subiram R$ 600 milhões, de R$ 130 milhões para R$ 700 milhões.
No relatório de desempenho da companhia consta que o resultado financeiro líquido foi uma despesa de R$ 36 milhões, ante cifra positiva de R$ 8 milhões no quarto trimestre de 2010 e R$ 204 milhões no terceiro trimestre de 2011, decorrente de aumento na rubrica "outras despesas financeiras", por uma reversão de atualização monetária sobre depósitos judiciais.
Direito de recesso na reestruturação
A Oi desembolsará R$ 2 bilhões para o pagamento do direito de recesso referente à reestruturação societária aprovada em 27 de fevereiro, informou o diretor de finanças e Relações com Investidores, Alex Zornig. O prazo para o exercício do direito de retirada terminou ontem.
Desse total, R$ 500 milhões se referem a ações da TNL e R$ 1,5 bilhão da TMAR. O pagamento ocorrerá em 9 de abril, em Assembleia Geral Ordinária (AGO).
De acordo com Zornig, os números preliminares apontam que o valor corresponde a 39 milhões de ações das duas empresas, chegando a 50% do que poderia ser retirado.
O executivo destacou que a empresa gerou caixa suficiente para arcar com essas despesas. "Nosso caixa consolidado é um 'caixão' de R$ 13 bilhões", disse.
A Oi ainda está estudando o destino das ações, mas descarta sua venda. "A única coisa que não vamos fazer é depreciar o valor de mercado das ações", afirmou Zornig.
O porcentual exercido de direito de recesso ficou bem abaixo do pior cenário esperado pela Oi. Em entrevista logo após a aprovação da reestruturação, em fevereiro, Zornig disse acreditar que 90% dos acionistas com direito de recesso poderiam solicitá-lo. Caso esse cenário, o mais negativo na avaliação da companhia, se confirmasse, a empresa teria que desembolsar R$ 3,5 bilhões para comprar as ações dos acionistas que não concordassem com a operação.
Teve direito de recesso o acionista de Telemar e Telemar Norte Leste que manteve as ações de forma ininterrupta desde o encerramento do pregão de 23 de maio do ano passado até a data da efetiva retirada. As ações adquiridas a partir de 24 de maio de 2011, data do anúncio da proposta de reestruturação, não teriam esse direito.