Oi (Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2014 às 06h41.
A operadora de telecomunicações Oi deu um importante passo na segunda-feira (28) para a sua fusão com a parceira Portugal Telecom ao realizar uma oferta de ações que movimentou 15 bilhões de reais.
O preço da ação preferencial na operação de aumento de capital foi definido em 2 reais, no piso da faixa de preço pretendida, informou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira, confirmando informação divulgada mais cedo pela Reuters com base em fontes próximas à operação. O preço ficou no piso da faixa de preço indicada pela empresa, de 2 a 2,30 reais por ações PN.
As ações ordinárias ficaram em 2,17 reais, equivalente a um prêmio de mais de 8 por cento em relação às ações preferenciais.
Foram negociadas um total de 7,29 bilhões de ações, sendo 2,43 bilhões de ações ordinárias e 4,86 bilhões de ações preferenciais, de acordo com dados da CVM. A previsão era que fossem ofertadas até 5,75 bilhões de ações no lote inicial e outros 2 bilhões de papéis em lotes suplementares e adicionais.
Fontes ouvidas pela Reuters mais cedo disseram que o preço próximo ao piso da faixa indicativa permitiu à companhia garantir forte demanda.
Uma das fontes disse que investidores estrangeiros compraram cerca de 85 por cento da oferta, com o restante indo para investidores institucionais locais.
Uma vez capitalizada, a Oi planeja usar seu balanço mais forte para formar a CorpCo, nome proposto para a companhia que será criada após a fusão com a Portugal Telecom.
Cada ação ordinária da Oi será trocada por uma ação da CorpCo e cada ação preferencial será trocada por 0,9211 papel da CorpCo.
Executivos da Oi e da Portugal Telecom afirmam que a CorpCo terá mais força para competir no Brasil com rivais maiores como a Vivo da Telefónica, a TIM da Telecom Italia, e a Claro da América Móvil. A Oi é a quarta maior operadora de telefonia móvel do Brasil.
As ações preferenciais da Oi fecharam em queda de 5,6 por cento nesta segunda-feira, a 2,37 reais, enquanto as ordinárias recuaram 0,4 por cento, a 2,52 reais.
SECA
Em meio a uma forte seca no mercado de capitais brasileiros, a oferta da Oi decolou, de acordo com investidores ouvidos pela Reuters, porque bancos envolvidos na transação estruturaram a operação com uma série de garantias para atrair compradores.
No início da tarde desta segunda-feira, investidores tinham se comprometido a comprar um pouco mais de 10 bilhões de reais em ações da oferta, disseram as fontes.
O grupo BTG Pactual coordena a operação, junto com as unidades de banco de investimento do Bank of America, Barclays, Citigroup, Credit Suisse Group, Banco Espírito Santo e HSBC Holdings.
O BTG Pactual, controlado pelo bilionário André Esteves, se comprometeu com 2 bilhões de reais em capital novo para a Oi e estruturou a participação de outros 13 bancos, em um acordo para impulsionar a oferta caso a demanda do investidor fosse fraca.
Banco do Brasil, Banco Bradesco, Banco Caixa Geral de Depósitos, Goldman Sachs Group, Itaú Unibanco, Morgan Stanley & Co e Banco Santander também são coordenadores.
Sob os termos do acordo, a Portugal Telecom irá contribuir com seus ativos, excluindo sua participação na Oi, e deterá 38 por cento da nova companhia. Os principais acionistas da Oi, excluindo a empresa portuguesa, terão 30 por cento da CorpCo e outros investidores como BTG Pactual e alguns fundos de pensão brasileiros ficarão com o restante.
(Reportagem adicional de Brad Haynes em São Paulo e Luciana Bruno, no Rio de Janeiro)
(Edição de Raquel Stenzel)