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Oceanos enfrentam "trio mortal" de ameaças, diz estudo

Os oceanos do mundo estão diante de uma ameaça maior do que se supunha anteriormente, proveniente de um 'trio mortal'

oceano (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2013 às 10h49.

Os oceanos do mundo estão diante de uma ameaça maior do que se supunha anteriormente, proveniente de um "trio mortal" composto por aquecimento global, nível de oxigênio em declínio e acidificação, disse um estudo internacional nesta quinta-feira (3).

Os oceanos continuam aquecendo, empurrando muitos cardumes de peixes comerciais para os polos e aumentando o risco de extinção para algumas espécies marinhas, apesar de um ritmo menor no aumento das temperaturas na atmosfera neste século, dizia o estudo.

"Os riscos ao oceano e aos ecossistemas que ele apoia vêm sendo subestimados de forma significativa", segundo o Programa Internacional sobre o Estado do Oceano (Ipso, na sigla em inglês), um grupo não governamental de cientistas.

"A escala e a velocidade da perturbação de carbono atual, e a resultante acidificação do oceano, são inéditas na história conhecida da Terra", segundo o relatório feito com a União Internacional para a Conservação da Natureza.

Os oceanos estão se aquecendo por causa do calor resultante do acúmulo de gases do efeito-estufa na atmosfera. Fertilizantes e esgoto que vão parar nos oceanos podem provocar a proliferação de algas, reduzindo os níveis de oxigênio nas águas. E o dióxido de carbono no ar pode formar um ácido fraco quando reage com a água do mar.

"O ‘trio mortal' de... acidificação, aquecimento e desoxigenação está afetando gravemente a produtividade e a eficiência do oceano", diz o estudo.

Alex Rogers, da Universidade de Oxford, diretor científico do Ipso, disse à Reuters que os cientistas estavam descobrindo que as ameaças aos oceanos, dos impactos de carbono à pesca predatória, estavam se misturando.

"Estamos vendo impactos em todo o mundo", ele disse.

Extinções

Condições atuais nos oceanos eram similares às de 55 milhões de anos atrás, conhecidas como máximo térmico Paleoceno-Eoceno, que levaram a extinções em massa. E o ritmo atual da mudança era mais rápido e significava maiores tensões, disse Roger.

A acidificação, por exemplo, ameaça os organismos marinhos que usam carbonato de cálcio para formar seus esqueletos -como os recifes de corais, caranguejos, ostras e alguns plânctons vitais para as redes alimentares marinhas.

Os corais podem parar de crescer se as temperaturas subirem até 2 graus Celsius e começar a se dissolver a 3 graus, disse o estudo.

Os cientistas disseram que as descobertas acrescentaram urgência a um plano de quase 200 governos para chegar a um acordo até o final de 2015 para limitar um aumento na média das temperaturas mundiais para menos do que 2 graus Celsius acima da era pré-industrial.

As temperaturas já aumentaram cerca de 0,8 grau Celsius.

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