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Obsessão por beleza na China ajuda app de edição de selfie

O caso de amor da China com a beleza física está ajudando a alimentar a avaliação de um aplicativo de edição de selfies em US$ 3 bilhões

Selfie: empresa está apostando na crescente preocupação da China com os ideais de beleza (Thinkstock)

Selfie: empresa está apostando na crescente preocupação da China com os ideais de beleza (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2016 às 19h45.

O caso de amor da China com a beleza física está ajudando a alimentar a avaliação de um aplicativo de edição de selfies em US$ 3 bilhões.

A Meitu está mirando esse valor, no mínimo, em sua mais recente rodada de financiamento, segundo pessoas informadas sobre a empresa, um meta que a transformaria em uma das 10 maiores startups privadas da China e eclipsaria nomes domésticos como a Yelp.

A empresa está apostando na crescente preocupação da China com os ideais de beleza, uma paixão que inspirou incontáveis memes na internet e o aumento das cirurgias plásticas. Os aplicativos da Meitu ajudam 270 milhões de usuários ativos mensais a afinar rostos, alongar pernas e melhorar a aparência na internet -- algo essencial entre os usuários das redes sociais obcecados pela imagem.

“Eu nunca posto uma foto on-line sem antes usar o Meitu”, disse a contadora Pan Nana, de 26 anos, de Qingdao, que usa o aplicativo há mais de seis anos para melhorar imagens de partes do corpo e esconder espinhas. “Foi o primeiro aplicativo que eu usei para embelezar as selfies e nunca usei outro que tivesse tantas funções”.

Fundada em 2008, a Meitu chegou em um momento oportuno. O uso de redes sociais explodiu após anos de hiperexpansão econômica e, ao mesmo tempo, o entretenimento estrangeiro ajudou a popularizar novas ideias de atratividade. Esse entusiasmo surgiu neste ano por meio de ondas bem divulgadas nas redes sociais, incluindo um desafio on-line que incentivou as mulheres a cobrirem suas cinturas com uma folha de papel A4 -- provando, assim, que são magras. No mesmo estilo, outro desafio consistia em tocar o umbigo passando o braço por trás das costas.

O conjunto de aplicativos da Meitu pode ajudar. Os programas permitem que as pessoas ajustem suas fotos em quase todas as formas concebíveis em um único toque, com retoques que vão da iluminação do rosto até ajuste de altura e maquiagens virtuais.

A startup, financiada pela IDG e pela Qiming Venture Partners, está captando cerca de US$ 200 milhões em sua rodada de financiamento mais recente, disseram pessoas informadas sobre o assunto, que pediram anonimato porque o assunto é privado. Planeja também uma oferta pública inicial internacional ainda neste ano, tendo Hong Kong como possível destino para a abertura de capital, disse uma das pessoas.

Em resposta enviada por e-mail, a Meitu informou que prefere não comentar o assunto.

A Meitu se une a uma série de startups que estão aproveitando a nova mania do país. A SoYoung Technology (Beijing), produtora de um aplicativo que ajuda os usuários a encontrarem cirurgiões plásticos com base em sua localização, está captando US$ 50 milhões em sua mais recente rodada de financiamento, disse a empresa em março.

A Meitu concluiu sua terceira rodada de investimento em 2014, reunindo um montante total de US$ 360 milhões e obtendo uma avaliação de US$ 2 bilhões com apoiadoras como a Innovation Works, fundada por Kai-Fu Lee, o ex-chefe da Google na China. Seus aplicativos já foram instalados em mais de 900 milhões de dispositivos móveis. A empresa ocupou consistentemente o topo dos rankings de aplicativos de fotos e vídeos na App Store da Apple na China neste ano, segundo dados fornecidos pela empresa de pesquisa de mercado App Annie.

A Meitu usará seu último financiamento para expandir-se para os ramos de reconhecimento facial e smartphones e se associará à Foxconn para crescer no Sudeste Asiático e na Índia. A empresa mira a venda de 5 milhões de smartphones em 2016, disse o presidente do conselho da Meitu, Mike Cai, em entrevista no ano passado.

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