obama (Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2013 às 15h34.
Washington O vice-assessor de Segurança para Comunicações Estratégicas da Presidência dos Estados Unidos, Ben Rhodes, informou hoje (5) que o presidente Barack Obama deverá explicar pessoalmente à presidenta Dilma Rousseff "a natureza dos esforços de inteligência" do governo americano, após denúncias de que conversas da chefe do governo brasileiro teriam sido espionadas pela Agência Nacional de Segurança (NSA) daquele país.
No último fim de semana, reportagem da TV Globo denunciou a existência de documentos secretos vazados por Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços para a NSA. Os documentos indicam que a agência monitorou conversas de Dilma com seus assessores.
Agora, Obama deverá aproveitar a cúpula do G20, que começou hoje na Rússia, para se encontrar com Dilma e explicar melhor aos brasileiros o que os Estados Unidos fazem e o que não fazem, "para entender melhor suas preocupações", disse Ben Rhodes.
"A relação com o Brasil é muito importante [para os EUA], não apenas nas Américas, mas no mundo", ressaltou Rhodes. "Entendemos o quanto isso [a questão de espionagem] é importante para os brasileiros. O que estamos fazendo neste caso, como fizemos desde que as revelações sobre a NSA vieram à tona, é olhar amplamente as alegações e os fatos", acrescentou o assessor da Casa Branca.
O assessor da Casa Branca informou que são coletados dados de inteligência sobre praticamente todos os países. "Se há preocupações que possamos esclarecer, faremos isso." As revelações de espionagem causaram mal-estar na relação bilateral e colocaram em dúvida a visita de Estado que Dilma deve fazer aos Estados Unidos em outubro.
Hoje o Palácio do Planalto confirmou o cancelamento da ida aos Estados Unidos, neste sábado (7), de uma equipe brasileira que faria os preparativos da viagem oficial da presidenta. O governo não confirma se a equipe agendará nova data para a viagem.
Na segunda-feira (2), o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, considerou o episódio "uma inadmissível e inaceitável violação da soberania brasileira". O chanceler pediu "explicações formais por escrito", ainda que adotando cautela quanto a eventuais retaliações brasileiras.
A assessoria do vice-presidente americano, Joe Biden, disse que os Estados Unidos "continuarão a trabalhar com as autoridades brasileiras" para explicar as denúncias de espionagem e acrescentou que "o convite para a visita de Estado da presidenta Dilma Rousseff reflete o interesse do país em aprofundar este relacionamento".