Merkel e Obama (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2013 às 12h22.
O presidente dos Estados, Barack Obama, foi informado pela Agência Nacional de Segurança (NSA) em 2010 sobre os grampos do celular de Angela Merkel, não pediu para suspender o programa e inclusive chegou a solicitar um relatório completo sobre a chanceler alemã, segundo publicou neste domingo o jornal "Bild am Sonntag".
O jornal alemão, que cita fontes dos serviços secretos dos EUA, explica que diretor da NSA, Keith Alexander, informou pessoalmente Obama sobre a espionagem.
A informação contradiz a versão do governante americano, que na quarta-feira, quando o caso foi revelado, disse para Merkel que não tinha conhecimento sobre os grampos.
A Alemanha anunciou que enviará nos próximos dias uma delegação "de alto nível" aos Estados Unidos para obter dados sobre o assunto da Casa Branca e dos serviços de inteligência.
"Espionar é um delito e os responsáveis devem responder por isso", disse em entrevista para o "Bild am Sonntag" o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, que viajou em meados deste ano para Washington para se reunir com a administração Obama após a divulgação de um suposto programa de espionagem em massa dos Estados Unidos de cidadãos alemães, governos e instituições da União Europeia.
"Se os americanos grampearam telefones na Alemanha, infringiram a lei alemã em território alemão, o que representa violar nossa soberania, o que é algo inaceitável", condenou Friedrich.
Segundo o "Bild am Sonntag", a NSA não só espionou o celular do partido da chanceler usado por Merkel até julho, como chegou a grampear o telefone aparentemente seguro que ela passou a utilizar a partir do meio do ano.
As informações eram coletadas no quarto andar da embaixada americana em Berlim, onde trabalham 18 agentes da NSA, e enviada diretamente para a Casa Branca, sem passar primeiro, como é habitual, pela central da agência em Fort Meade (Maryland).
Segundo publicou hoje a revista "Der Spiegel", o celular de Merkel aparece na lista de alvos da NSA desde 2002, três anos antes dela vencer as eleições.
Neste ano, começou a espionagem ao então chanceler, Gerhard Schroder, segundo informações do "Bild am Sonntag".
O programa foi iniciado sob o mandato do presidente George W. Bush, quando Schroder rejeitou que tropas alemãs participassem da Guerra do Iraque.