Obama (REUTERS/Kevin Lamarque)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2014 às 06h12.
O presidente norte-americano, Barack Obama, prometeu que seu país irá reagir ao ciberataque contra a Sony Pictures atribuído ao governo da Coreia do Norte.
Obama disse que a agressão cibernética casou muitos danos à Sony, mas que acredita que a empresa cometeu um erro ao cancelar o lançamento do filme A Entrevista, uma comédia que mostra o assassinato do líder norte-coreano, Kim Jong Un.
Iremos responder, declarou Obama em uma coletiva de imprensa de final de ano. Iremos responder proporcionalmente, e iremos responder no lugar e no momento e da maneira que escolhermos.
Duas horas antes de seu discurso, a polícia federal dos Estados Unidos (FBI) anunciou que investigadores determinaram que a Coreia do Norte esteve por trás da invasão à Sony, classificado de ato inaceitável de intimidação com patrocínio estatal.
Obama afirmou que a Coreia do Norte parece ter agido sozinha.
Foi a primeira vez que os EUA acusaram diretamente outro país de uma agressão cibernética desta natureza em solo norte-americano.
A natureza do ataque e as ameaças dos hackers que levaram o estúdio de Hollywood a suspender o filme, o destacou em relação a outras intrusões cibernéticas, disse o FBI.
Um diplomata norte-coreano na Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que Pyongyang não teve nada a ver com o ciberataque. A República Democrática Popular da Coreia (Coreia do Norte) não é parte disso, disse ele à Reuters sob condição de anonimato.
Obama disse que gostaria que a Sony tivesse conversado com ele antes de cancelar o filme, dando a entender que o gesto pode criar um precedente ruim. Acho que cometeram um erro, afirmou. Gostaria que tivessem conversado comigo primeiro.
Ele acrescentou: Não podemos ter uma sociedade na qual o ditador de algum lugar começa a impor censura aqui nos Estados Unidos.
Após as declarações de Obama, o presidente-executivo da Sony Pictures Entertainment, Michael Lynton, negou que o cancelamento do filme tivesse sido um erro.
As opções de Obama para reagir ao ataque virtual parecem limitadas.
A Coreia do Norte está sujeita a sanções dos EUA há mais de 50 anos, mas elas tiveram pouco efeito em sua política de direitos humanos ou no desenvolvimento de suas armas nucleares.
O país se especializou em esconder suas atividades de angariação de fundos, muitas vezes criminosas, evitando em grande parte os bancos tradicionais.
O FBI declarou que uma análise técnica do malware (programa mal-intencionado) usado no ataque à Sony encontrou links para um malware que agentes da Coreia do Norte desenvolveram e uma sobreposição significativa com outras atividades cibernéticas mal-intencionadas ligadas anteriormente a Pyongyang.