Tecnologia

O Twitter é o pulso do planeta, diz Ribenboim

Principal executivo do Twitter no Brasil falou da vocação do serviço para convocar manifestações, das críticas em torno da queda de audiência e até das dificuldades para monetizar a rede social


	Gulherme Ribenboim: o Twitter é o pulso do planeta
 (Divulgação)

Gulherme Ribenboim: o Twitter é o pulso do planeta (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2013 às 13h24.

São Paulo - Uma das estrelas da onda de manifestações que sacudiu o Brasil no final de junho, o Twitter voltou a ser protagonista da internet brasileira durante os protestos que acontecem no início de agosto no Rio e em São Paulo, contra os governadores Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral.

Em conversa com INFO Online, o principal executivo do Twitter no Brasil, Guilherme Ribenboim, fala da vocação do serviço para convocar manifestações de rua, das críticas em torno da queda de audiência do microblog, censura, as dificuldades para monetizar a rede social e os desafios que o aplicativo Vine enfrenta, após o Instagram também criar a função vídeo em sua timeline.

O Twitter foi uma ferramenta muito importante para organizar manifestantes em países onde não há democracia. É diferente o uso do Twitter em protestos num país como o Brasil?
Na verdade, não muito. O Twitter é o pulso do planeta. Sempre que há um grande evento, seja uma manifestação em curso, um evento esportivo ou uma eleição, logo a discussão domina o Twitter. A característica desta plataforma é aberta, então, algumas pessoas tuitam mais, outras menos e ainda há quem apenas segue os produtores de conteúdo.
Estas características permitem mobilizar as pessoas em torno dos mais diferentes objetivos e, claro, monitorar as discussões em torno de um tema. No dia mais agudo dos protestos em frente à prefeitura de São Paulo, por exemplo, havia um painel dentro da prefeitura em que as autoridades acompanhavam o Twitter, para sentir o que os manifestantes estavam dizendo e pensando.

Durante os protestos, muitas vezes o Twitter foi usado para disseminar mensagens de ódio ou preconceito. Há como evitar isso?
O Twitter é uma rede de interesses com camadas sociais, em que as pessoas produzem conteúdo e compartilham informações. Isto acontece de modo livre e nós respeitamos a liberdade de expressão dos usuários, não existe censura no Twitter.
Agora, em cada país em que temos presença nós respeitamos as leis locais. Então, se um conteúdo é ofensivo ou desrespeita nossas regras de uso ele pode ser retirado do ar.

Como? Vocês monitoram isso?

Não há monitoramento, até porque o volume de mensagens postadas a cada minuto é muito alto. Nós agimos muitas vezes baseados em denúncia de usuários.


Ao longo de 2012 e 2013, alguns serviços de métricas de internet apontaram uma queda no uso do Twitter. Alguns especialistas chegaram até a dizer que o momento do Twitter já tinha passado.  Como você avalia estas críticas?
Na verdade, apenas um instituto, a ComScore, apontou esta queda de audiência. Nós procuramos a ComScore para entender a metodologia deles e houve a compreensão de que havia um erro ali. O ComScore, inclusive, está disponível para falar sobre isso. Na verdade, o Twitter mantém uma taxa de crescimento muito saudável, sobretudo no Brasil.

Qual erro havia?
O Twitter, embora tenha nascido como uma plataforma móvel, fez muito sucesso nos PCs, desktops e notebooks, ganhou milhões de usuários.  Mais recentemente, houve uma migração de usuários do computador para dispositivos móveis, como smartphones e tablets, um fenômeno mais difícil de medir. No geral, nosso quadro é de crescimento.

Um estudo recente, por exemplo, mostrou que o aplicativo WhatsApp já teria mais usuários ativos que o Twitter... 
São produtos muito diferentes, difíceis de comparar.  Na internet, temos um ambiente muito dinâmico em que os usuários adotam múltiplos produtos e, às vezes, parece que podemos comparar tudo. Mas o Twitter é um serviço muito diferente, muito mais relacionado ao que acontece “em tempo real” na vida das pessoas.

Muitos analistas reconhecem no Twitter um produto inovador e uma rede social muito bem sucedida. Ao contrário de outros serviços, no entanto, o Twitter teria mais dificuldades para se monetizar. Isto é verdade?

Muitos pesquisadores, como o americano Adam Bem, dizem que marketing é ser dono de momentos.  E o Twitter é o dono dos momentos, é a plataforma que o usuário utiliza quando está assistindo TV, quando quer compartilhar ou comentar algo que está acontecendo naquele instante.
Isto nos dá, portando, grandes oportunidades para fazer o que chamamos de ´real time ad´, que é a propaganda que participa da conversa. Durante a final do Superbowl, nos Estados Unidos, por exemplo, houve um grande apagão. Neste instante, uma marca de biscoitos tuitou: ´mesmo sem energia, você continua podendo molhar seu biscoito no leite´. Na final da Copa das Confederações, quando o Brasil, vencia a Espanha por 3x0, a Coca Cola tuitou que aquele era o momento da “Coca Cola de Chocolate”, e obteve vários retuítes. Então, há oportunidades únicas de explorar publicidade no Twitter.

O Twitter criou um novo serviço, o aplicativo de videoclipes Vine, que foi recebido muito bem pelos usuários. No entanto, meses depois, o Instagram, que é muito maior em número de usuários que o Vine, copiou este recurso. Isto pode decretar o fim do Vine?
O Vine é um dos aplicativos de mais rápida adesão da história das lojas de apps. Foram 13 milhões de downloads só nos primeiros 4 meses em sua versão para iOS. É claro que, quando criamos algo inovador, já esperamos que venha competição, que outros produtos criem funções semelhantes.  O Vine recentemente criou a função de re-vine e vai continuar trabalhando para encontrar seu caminho e se diferenciar de outros produto

 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetEntrevistasInternetRedes sociaisTwitter

Mais de Tecnologia

Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble