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O sobrenome proibido no mundo digital: como 'Null' torna a vida de algumas pessoas em um pesadelo

Erro de processamento e problemas administrativos são comuns para quem tem um dos sobrenomes mais problemáticos da era digital

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 23 de fevereiro de 2025 às 15h48.

Ter o sobrenome Null pode parecer inofensivo, mas para algumas pessoas, isso se tornou um verdadeiro transtorno. O motivo? No universo das linguagens de computação, null representa "nenhum valor". Ele não é o mesmo que zero, mas sim uma indicação de ausência de informação. Em um campo de formulário para telefone, por exemplo, um null significa que nenhum número foi inserido.

Esse detalhe técnico pode gerar uma série de falhas inesperadas, especialmente em sistemas mal projetados. Foi o que aconteceu com Nontra Null, uma designer de roupas de 41 anos que mora em Burbank, Califórnia. Ao tentar solicitar um visto para a Índia, seu pedido foi repetidamente rejeitado porque o sistema de processamento não conseguia lidar com seu sobrenome.

"Eu tive que aceitar mentalmente que não poderia ir", disse ela ao Wall Street Journal. Felizmente, o visto foi concedido no dia anterior ao seu voo.

O meteorologista Jan Null, de 75 anos, também enfrentou desafios por conta do sobrenome. Ao reservar hotéis online, percebeu que sua inscrição era constantemente apagada ao digitar seu sobrenome. Desde então, ele passou a adicionar sua inicial para evitar o problema.

Outro caso curioso é o de Joseph Tartaro, um auditor de segurança de 36 anos, que escolheu "NULL" como a placa do seu carro. O resultado? Ele passou a receber multas aleatórias de diferentes estados americanos, como se seu veículo estivesse em vários lugares ao mesmo tempo.

"A minha esposa fica muito irritada com isso e odeia que eu ainda tenha essa placa", confessou Tartaro ao WSJ.

O erro bilionário da computação

O conceito de null na programação foi introduzido pelo cientista da computação britânico Tony Hoare, vencedor do prêmio Turing. No entanto, ele próprio se arrependeu da ideia e a chamou de seu "erro de um bilhão de dólares", devido às falhas de segurança e falhas inesperadas que o conceito pode gerar.

Linguagens de programação populares como Java e C# ainda utilizam null, mas outras mais recentes, como Rust, evitam completamente esse recurso. Empresas como a Microsoft tentam minimizar o uso, segundo o pesquisador Daan Leijen.

Apesar dos avanços, sistemas legados continuam apresentando problemas. "É uma questão difícil de resolver porque é muito disseminada", explicou Leijen. Enquanto isso, pessoas com o sobrenome Null continuam enfrentando dificuldades inesperadas.

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