Tecnologia

O plano da Kroton para acabar com o déficit de profissionais de TI no Brasil

Gigante da educação lança 12 cursos de formação específica para áreas requisitadas no mercado de tecnologia da informação

Leonardo Queiroz, da Kroton: foco dos cursos de tecnologia será no ensino a distância (Kroton/Divulgação)

Leonardo Queiroz, da Kroton: foco dos cursos de tecnologia será no ensino a distância (Kroton/Divulgação)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 10 de fevereiro de 2021 às 07h00.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2021 às 16h12.

O Brasil registrou uma alarmante taxa de desemprego de 14% no trimestre entre setembro e novembro do ano passado. Apesar disso, esse prospecto é menos sombrio dependendo da área de atuação do profissional.

No mercado de tecnologia, para quem tem formação e habilidades requisitadas, as vagas sobram. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o mercado de tecnologia da informação deve requisitar 70.000 profissionais por ano até 2024. Em 2017, formaram-se 46.000 pessoas na área, com apenas 26.000 entrando no mercado de trabalho — o que pode apontar para uma defasagem dos currículos.

Pensando em solucionar esse problema, e de olho em uma oportunidade, a Kroton, que faz parte da Cogna Educação, lança a Academia Tech, um conjunto de 12 cursos de nível superior tecnólogo, para preparar e formar profissionais para diversas áreas de tecnologia. 

Os cursos têm duração média de 4 ou 5 semestres e funcionam no modelo de ensino à distância, para ganhar escala e levar os cursos às cidades do interior, onde hoje não existem universidades ou faculdades. Eles são mais segmentados, dando ênfase a diferentes áreas, como computação em nuvem, cibersegurança, análise e ciência de dados, desenvolvedor de back end, desenvolvedor mobile, marketing digital, entre outros. A partir da segunda-feira, 15, a Kroton irá lançar um hub próprio, para que esses cursos tenham uma área de inscrição dedicada, mas já é possível se inscrever.

Atualmente, é comum encontrar formação rápida — e cara — nas áreas de maior demanda do mercado de tecnologia nos grandes centros, em escolas e bootcamps de renome internacional, como Iron Hack ou Trybe.

A Kroton pretende unir a expertise que tem no segmento de ensino à distância, em que atua há 20 anos e conta com quase 575.000 alunos, para aumentar a formação de profissionais na área. Segundo Leonardo Queiroz, vice-presidente de crescimento da Kroton, o intuito é aproveitar o alcance da empresa e levar o ensino de áreas de tecnologia para fora dos grandes centros, focando em pessoas de até 30 anos, que terminaram o ensino médio recentemente e buscam alguma carreira. Dentre os 12 cursos ofertados, há opções começando a partir de 169 reais mensais.

Queiroz, que tem passagem por grandes empresas das áreas de tecnologia e telecomunicações, como Apple, Tim e GVT, agora traz o conhecimento do mercado para a formação profissional nas faculdades do grupo. “Os cursos que vamos lançar na Academia Tech estão conectados com as demandas das grandes empresas. Fizemos parcerias com Amazon, Accenture, IBM, Cisco”, afirma.

De acordo com o executivo, o intuito é emitir certificações dessas empresas para que os estudantes possam estar ainda mais alinhados com as necessidades do mercado de trabalho.

Outra preocupação na hora de contratar tem sido as chamadas soft skills, habilidades mais ligadas ao campo da comunicação e conhecimento, como pensamento crítico, capacidade de resolução de problemas e diálogo para encontrar soluções coletivas.

Pensando nisso, a grade dos cursos foi adaptada, incluindo disciplinas que abordassem justamente essa temática. “Não existe mais trabalho sozinho, desconectado. Temos um programa forte de soft skills, ensinando a necessidade de trabalhar com áreas como negócios. Inserimos isso nos cursos para entregar um profissional mais completo para o mercado”, afirma Queiroz.

Correção: uma versão inicial deste texto incluia a escola 42 no ról de escolas e bootcamps com custos caros. Apesar disso, a escola não tem custo para os alunos. O texto foi corrigido às 14h de sábado, 13 de fevereiro.

O texto foi editado, na quinta-feira, 18 de fevereiro, para deixar mais claro a atuação de outras escolas de programação.

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