Julian Assange, fundador do WikiLeaks (UNTV via Reuters TV/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2014 às 14h03.
São Paulo - A Agência Nacional de Segurança dos EUA estaria gravando todas as ligações feitas em telefones no Afeganistão desde 2013, segundo aponta o WikiLeaks. O procedimento seria parte do mesmo programa responsável por monitorar as chamadas realizadas nas Bahamas, além de registros de telefonemas feitos no México, nas Filipinas e no Quênia.
A promessa de divulgação do nome fora feita pela organização ligada a Julian Assange no começo da semana, como forma de repreender o site The Intercept. A página vazou, nesta última segunda-feira, documentos que já mencionavam esse monitoramento, mas citou os nomes apenas do país caribenho e dos outros três.
A matéria citava o Afeganistão apenas como “um outro país”, a pedido do governo norte-americano, que temia um aumento nos níveis de violência do local caso a informação fosse divulgada.
O WikiLeaks considerou essa atitude como “censura”, e classificou a espionagem em massa como um crime cometido contra o “Estado vítima e sua população”. “Ao negar a esse povo o conhecimento de sua própria vitimização, esse ato de censura nega a cada indivíduo no país a oportunidade de encontrar uma solução”, escreveu Assange em comunicado.
Em relação ao possível “aumento nos níveis de violência” mencionado pelo Intercept, o ativista ainda afirmou que o WikiLeaks já lida há anos com “afirmações falsas ou exageradas de oficiais norte-americanos”. “Até hoje, nenhuma evidência de que nossas 8 milhões de publicações tenham resultado em ameaça a vidas foi dada por qualquer agência do governo”, escreveu.
A preocupação dos norte-americanos com uma possível reação dos afegãos, no entanto, tem seu embasamento. A tensão entre os EUA e países do Oriente Médio já perdura há anos, e uma notícia como essa pode não ser exatamente bem-vinda no caso de um eventual acordo diplomático.