Tecnologia

Novo Motorola One Vision chega com modo noturno para fotos e Android puro

Smartphone vem com sistema similar ao concebido pelo Google e oferece 7 horas de uso com apenas 15 minutos de carga

Motorola One Vision: aparelho tem tela de 6,3 polegadas (Lucas Agrela/Exame)

Motorola One Vision: aparelho tem tela de 6,3 polegadas (Lucas Agrela/Exame)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 15 de maio de 2019 às 11h30.

Última atualização em 15 de maio de 2019 às 14h31.

São Paulo - A Motorola lança nesta quarta-feira (15) o celular Motorola One Vision, com preço sugerido de 1.999 reais. O aparelho chega com câmera traseira dupla e câmera frontal de 25 megapixels.

O smartphone é o segundo da linha One, que oferece garantia de atualização do software Android por dois anos (além de updates de segurança).

O sistema oferece experiência de uso similar à oferecida pelo Google, responsável pelo Android. O novo smartphone da Motorola chega com a versão 9 do software e tem o recurso chamado Bem-Estar Digital, que ajuda a ter uso mais consciente do dispositivo ao ver quanto tempo você passa usando aplicativos ao longo do dia.

O One Vision leva esse nome pela sua tela de 6,3 polegadas, de resolução Full HD. Ela conta com proporção de tela maior do que a dos rivais. Em vez de adotar proporção 18:9, ele é ainda mais comprido: 21:9. A ideia da fabricante é facilitar o uso do produto com apenas uma das mãos com essa nova característica, que a fabricante chama de Cinema Vision (por ser a proporção usada em telas de cinema).

(Lucas Agrela/Exame)

O smartphone é o primeiro da Motorola a vir com um processador (SoC) da sul-coreana Samsung, um modelo octa-core da linha Exynos - normalmente usada pela própria Samsung. O modelo usado no Vision é o 9609. A memória RAM, também importante para o desempenho do celular, é de 4 GB, seguindo a média de mercado.

A câmera traseira dupla, com sensor de 48 megapixels, conta com recursos de inteligência artificial. A detectar uma cena de retrato ou escura, por exemplo, ela sugere a mudança para um modo mais adequado para a foto. Com um toque na opção que aparece na tela, o usuário faz a mudança e usa a melhor configuração para a cena em questão. Outras empresas, como Samsung e LG, oferecem otimização de fotos com inteligência artificial, mas a alternância de modos desta forma é uma novidade da Motorola.

O aparelho tem modo retrato, que usa a segunda câmera para desfocar o fundo da foto, e também um modo noturno, que clareia imagens escuras (recurso similar ao visto no Pixel, o smartphone do Google, que não é vendido oficialmente no Brasil).

Como o smartphone tem foco em fotografia, ele chega com 128 GB de memória interna para que os usuários possam armazenar suas criações. Vale notar que, por padrão, o aplicativo de galeria é o Google Fotos, que faz uma cópia de todo o acervo para a nuvem de forma gratuita - e ajuda a liberar espaço no dispositivo por conta disso.

A bateria do One Vision tem capacidade de 3.500 mAh e oferece 7 horas de uso com apenas 15 minutos de recarga – quando plugado a uma tomada com o carregador turbo que acompanha o produto na caixa. Em testes preliminares de EXAME, que teve acesso ao celular antes do lançamento, ele consumiu 29% de carga em duas horas contínuas de reprodução de vídeo, estando com Wi-Fi e Bluetooth ativos e brilho de tela no máximo.

Em termos de performance, o celular marcou 148.587 pontos no aplicativo AnTuTu, um benchmark que avalia o desempenho geral do produto. O resultado é superior ao obtido pelo topo de linha Huawei P30 Pro (102.944), que custa 3.500 reais a mais do que o One Vision. No benchmark Geekbench, no entanto, os resultados são mais adequados à realidade dos preços. O Vision marcou 5.393 e o P30 Pro conseguiu 9.757.

A expansão da linha One, que começou com o Motorola One, no final do ano passado, se dá devido à boa aceitação no mercado brasileiro, um dos principais para a Motorola no mundo e onde ocupa a segunda posição, segundo dados da consultoria americana IDC.

"Conseguimos conquistar jovens que não eram consumidores de Motorola e também atrair o público feminino com o primeiro Motorola One. Por isso, decidimos expandir a franquia", afirma Jose Cardoso, presidente da Motorola Brasil, em entrevista a EXAME.  Como fez com a linha Moto G, a Motorola segue com a estratégia de oferecer o máximo de recursos por valores acessíveis, abaixo de 2 mil reais. Diferentemente das rivais, ela não tem mais produtos que custam mais do que isso no mercado brasileiro.

O One Vision chega para rivalizar com a nova linha Galaxy, da Samsung, que é vendida somente via Internet.

De acordo com Renato Meireles, analista sênior da consultoria IDC, o mercado de celulares passa por uma fase de maturidade e retração, tanto pelos 154 milhões de smartphones nas mãos dos brasileiros quanto por razões macroeconômicas, como a expectativa pela definição da reforma da previdência. A previsão de retração do mercado nacional estimada pela consultoria para o ano de 2019 é de 4,3%. No entanto, há um crescimento no valor médio pago pelos consumidores, que já estão no terceiro ou quarto celular e demandam recursos mais avançados do que no passado. "A faixa de preço que mais cresceu no primeiro trimestre de 2019 foi a de 2 mil a 2,5 mil reais. O aumento foi de 927% em relação ao mesmo período em 2018. O consumidor está disposto a pagar mais por novidades, como câmera dupla e funções de inteligência artificial", afirmou Meireles a EXAME.

A Motorola enfrenta, também, a concorrência da chinesa Xiaomi, que voltou oficialmente ao mercado por meio da brasileira DL neste ano. Além dos produtos oficiais, como o Pocophone F1, há ainda uma série de smartphones vendidos na Internet que oferecem preços competitivos, abaixo de 2 mil reais - mesmo que eles não sejam oficiais. O desafio da Motorola, portanto, abrange não só os celulares devidamente lançados no mercado brasileiro por marcas como Samsung, LG e Asus, mas também os chineses que começam a chegar com força ao mercado nacional neste ano.

Acompanhe tudo sobre:AndroidMotorolaSmartphones

Mais de Tecnologia

Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble