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Novo iPhone terá velocidade de dados inferior a rivais

A falta de uma atualização presente em aparelhos rivais pode deixar para trás o produto mais importante da Apple

iPhone: o motivo se deve à forma delicada e às vezes complicada que a Apple tem de administrar o suprimento dos componentes integrados ao aparelho (Leon Nea/Getty Images)

iPhone: o motivo se deve à forma delicada e às vezes complicada que a Apple tem de administrar o suprimento dos componentes integrados ao aparelho (Leon Nea/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2017 às 13h41.

Última atualização em 13 de junho de 2017 às 10h16.

A Verizon, a AT&T e o restante do setor de telefonia celular dos EUA têm um grande motivo de orgulho para a safra de smartphones deste ano: graças a atualizações nas redes, os aparelhos poderão baixar até um gigabit de dados por segundo -- velocidade 100 vezes mais rápida que a anterior.

Mas este não será o caso dos mais novos modelos de iPhone da Apple, aparelhos que chegarão ao mercado no fim do ano, deixando o produto mais importante da companhia possivelmente em atraso em relação ao desempenho dos smartphones rivais em termos de dados.

O motivo se deve à forma delicada e às vezes complicada que a Apple tem de administrar o suprimento dos componentes integrados a seu principal aparelho -- neste caso, os modems, que gerenciam a conexão entre o telefone e a rede de telefonia celular.

Uma das fornecedoras da Apple, a Qualcomm, vende um modem capaz de alcançar velocidades de download de 1 gigabit por segundo. Outra fornecedora, a Intel, está trabalhando em um modelo com a mesma capacidade, mas ele não estará pronto para o lançamento do iPhone, segundo pessoas familiarizadas com a decisão da Apple.

Em tese, a Apple poderia usar apenas os chips da Qualcomm, mas a empresa prefere não depender de uma única fornecedora e sua relação com a Qualcomm, que tem sede em San Diego, é particularmente complicada.

A Apple, com sede em Cupertino, Califórnia, trava uma amarga batalha judicial com a fabricante de chips, na qual a acusa de manter um monopólio ilegal e busca debilitar o domínio da Qualcomm no mercado de modems de ponta para smartphones.

É por isso que a Apple continuará usando modems da Qualcomm em algumas das novas versões do iPhone, mas confiará à Intel o fornecimento para outros modelos.

Enquanto a Intel não for capaz de oferecer chips com recursos similares, a Apple não habilitará alguns recursos dos telefones que funcionam com modems da Qualcomm, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque o plano não é público. A Apple, a Qualcomm e a Intel preferiram não comentar o assunto.

A decisão da Apple choca com os planos de marketing da indústria de celulares, desesperada para exibir velocidades de rede mais rápidas para conseguir participação de mercado.

As principais operadoras de telefonia celular dos EUA – Verizon, AT&T, T-Mobile US e Sprint -- declararam que 2017 é o ano das velocidades de 1 gigabit.

A Apple usou dois fornecedores de modems -- e a mesma técnica para mascarar disparidades no desempenho -- no iPhone 7, lançado no ano passado.

Mas a chegada das redes sem fio com velocidades em gigabits pode tornar a estratégia mais arriscada: os usuários do iPhone terão uma experiência unificada, independentemente do modem que estiver dentro do novo aparelho, mas o smartphone pode parecer ainda menos veloz em comparação com os modelos mais recentes e compatíveis com velocidades de 1 gigabit por segundo de outras fabricantes.

As operadoras conseguirão oferecer velocidades de cerca de 1 gigabit por segundo se os clientes usarem outros telefones. O Samsung Galaxy S8, principal rival dos próximos modelos de iPhone, vem com um modem X16 LTE da Qualcomm e será compatível com as velocidades máximas das grandes operadoras de telefonia celular. A Sprint vende o HTC U11, também apto para a era do gigabit, e lançará um telefone Motorola Gigabit LTE no fim do ano.

Este conteúdo foi originalmente publicado na Bloomberg.

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