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Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2010 às 11h01.
São Francisco - A nova geração do iPhone terá que apresentar recursos capazes de criar novos padrões em conteúdo e funcionalidade multimídia para impressionar o mercado e os consumidores na segunda-feira, quando espera-se que o presidente da Apple, Steve Jobs, faça o lançamento do aparelho.
O desafio para a Apple será conseguir criar novidades realmente revolucionárias, uma vez que o iPhone já é um inigualável sucesso de vendas e principal gerador de lucro para a empresa, que tem ações oscilando próximo de nível recorde. O que torna a situação ainda mais difícil é o bem sucedido lançamento do iPad, que muitos afirmam ter criado um novo mercado.
A crescente concorrência de diversos smartphones lançados com o sistema operacional do Google, Android, também aumenta a pressão sobra a Apple para fazer um lançamento realmente inovador.
O "iPhone 4.0 deixará eles na dianteira do jogo. Será tão fácil manter a liderança quanto foi no ano passado? Não. Acho que o Android tem passado por enorme progresso", disse a analista Carolina Milanesi, da empresa de pesquisa Gartner.
Até o ano passado, apenas a RIM era considerada como principal rival da Apple. Embora o BlackBerry seja o smartphone preferido entre muitas empresas, a Apple tem conquistado espaço no mercado corporativo ao passo que as preocupações com segurança no aparelho foram se reduzindo.
Mais de 70 por cento das 100 maiores companhias do mundo (Fortune 100) já usam ou testaram o iPhone, segundo a Apple.
Mas o principal foco, por enquanto, continua sendo o consumidor, em um mercado cada vez mais competitivo frente à concorrência de Androids da HTC, Motorola e Samsung.
No longo prazo, investidores focam mais na expansão do iPhone em mercados internacionais como a China, além da estratégia de preços da Apple e quando o aparelho será disponibilizado através de outras operadoras nos EUA. Atualmente, o aparelho funciona apenas pela rede da AT&T.
Jobs subirá no palco da conferência de programadores da Apple, em San Francisco, na segunda-feira, dia em que deve revelar o novo modelo, de acordo com a expectativa de Wall Street.
O novo iPhone deve ser mais rápido que versões antigas, além de contar com uma maior capacidade de armazenamento e apresentar melhorias na tela e bateria, além de uma câmera frontal e recursos multitarefa. São melhorias que os usuários pedem há tempos, mas não são muito inovadores.
"Haverá coisas bem legais no palco de Steve (Jobs), mas no final do dia já sabemos o que vão ser no geral", disse o analista da Broadpoint, Brian Marshall.
Competição crescente
O iPhone, lançado em 2007, praticamente criou a indústria moderna do smartphone. O padrão inaugurado pelo aparelho, retangular de cerca de 4 polegadas com interface sensível a toques e com acesso a milhares de aplicativos se tornou comum aos celulares capazes de navegar pela Internet.
Mas o mercado se encheu de competidores desde então, particularmente de modelos baseados no Android.
"O Android é o único real desafiante ao trono", disse Ashok Kumar, analista da Rodman & Renshaw.
"A posição da Nokia continua a enfraquecer, a RIM ainda precisa conquistar o lado do consumidor e a Microsoft pode acabar se tornando muito pequena", acrescentou.
O sistema operacional Symbian da Nokia é líder global a RIM tem a segunda plataforma, mas ambos estão perdendo participação de mercado, segundo dados da Gartner.
Enquanto isso, a participação global do iPhone cresceu para mais de 15 por cento no primeiro trimestre, assumindo a terceira colocação. O Android ficou em quarto, com cerca de 10 por cento.
O iPhone está disponível em cerca de 90 países e em mais de 150 operadoras celulares. A Apple vendeu 8,75 milhões de unidades do produto no último trimestre, cerca de 40 por cento do faturamento da empresa e com margens de aproximadamente 60 por cento.
Muitos especialistas duvidam que haverá qualquer anúncio surpresa na segunda-feira, mas como a Apple nunca se sabe. Os rumores incluem uma versão Web da iTunes e uma nova versão da Apple TV.