Além de selecionar o modelo, quem compra um iPad precisa escolher a capacidade (16, 32 ou 64 GB) e decidir se quer o tablet com ou sem conexão 3G/4G (Reprodução)
Maurício Grego
Publicado em 18 de março de 2012 às 07h00.
São Paulo — O que é mais vantajoso, comprar um iPad 2 ou o novo iPad? Se você já tem um tablet da Apple, vale a pena substituí-lo pelo novo? É melhor investir num modelo com 3G/4G ou o Wi-Fi é suficiente? Qual é a capacidade adequada, 16, 32 ou 64 GB? As respostas, é claro, dependem do interesse, das necessidades e do bolso de cada um. Damos, a seguir, algumas dicas para ajudar na decisão.
O novo iPad já está à venda nos Estados Unidos e em mais nove países. No dia 23, será a vez de outros 26 países receberem o tablet, mas o Brasil deve ficar para uma terceira etapa. Considerando o histórico da Apple no país, é improvável que o tablet chegue às lojas brasileiras em menos de dois meses.
Quando o novo tablet foi anunciado, na semana passada, o iPad 2 teve seu preço reduzido em vários lugares, incluindo o Brasil. O novo iPad é basicamente uma versão aperfeiçoada do iPad 2, com quatro novidades principais: tela de alta definição, câmera de 5 megapixels, conexão 4G LTE e processador mais potente. Para ajudá-lo a decidir se vale a pena investir nele, vamos considerar primeiro quatro cenários possíveis. Em seguida, veremos se você precisa de conexão 3G/4G e qual a capacidade de memória mais adequada (16, 32 ou 64 GB).
Cenário 1: você tem um iPad 1
Se você tem um iPad da primeira geração, lançado em 2010, este pode ser um bom momento para pensar em substituí-lo por um novo. Após quase dois anos de uso, a bateria do seu iPad tende a perder capacidade, e poderá exigir recargas mais frequentes no futuro. Além disso, o iPad 1 não tem câmeras e nem giroscópio. Alguns aplicativos de navegação, astronomia, fotografia e vídeo, que usam esses componentes, não funcionam com 100% dos recursos nele.
Se for trocar de tablet, a recomendação é adquirir o modelo novo, que vai demorar mais que o iPad 2 para ficar obsoleto. Além disso, você terá uma câmera melhor e a elogiada tela Retina. Vale lembrar que é possível vender o iPad usado. No site de comércio eletrônico MercadoLivre, um iPad 1 com 32 GB de capacidade e conexão 3G é negociado por cerca de 1.000 reais.
Cenário 2: você tem um iPad 2
Você pensa em trocar seu iPad 2 pelo novo iPad? Isso faz sentido em algumas situações específicas, como no caso de desenvolvedores de aplicativos ou de conteúdo que precisam testar seu trabalho no novo modelo. Também faz sentido se você for um applemaníaco, fizer questão de impressionar os amigos ou tiver dinheiro sobrando.
Já para a maioria das pessoas que possuem um iPad 2, o mais sensato é esperar pelo iPad 4. Embora o novo iPad traga aperfeiçoamentos interessantes, nenhum deles é indispensável para uma boa experiência com o tablet. Os primeiros testes feitos com o novo modelo mostram que ele não é mais rápido ao rodar a maioria dos aplicativos. O novo processador A5X é mais potente que o A5, do iPad 2, apenas no processamento gráfico. Em tarefas como cálculos e consultas a bancos de dados, a velocidade é a mesma do iPad 2.
Cenário 3: você vai comprar seu primeiro tablet
Se você nunca teve um tablet, a decisão entre o novo iPad e o iPad 2 vai depender do seu orçamento e do seu entusiasmo. Um iPad 2 dará acesso ao ecossistema da Apple, com sua loja de aplicativos, músicas, filmes e livros por um preço mais camarada que o do novo modelo. Se você não se importar em ter um tablet do ano passado, é provável que fique satisfeito com ele.
Cenário 4: você tem um tablet de outra marca
Quem usa o Android, em geral, já se acostumou com o sistema do Google e gosta dele. Se você for um dos raros usuários de Android querendo migrar para a linha Apple (talvez seu tablet seja um daqueles modelos chineses com tela de baixa qualidade), é provável que o iPad 2 atenda aos seus desejos.
A vantagem do iPad sobre os tablets com Android está mais no ecossistema que nos aparelhos. Muitos modelos com Android têm recursos que o iPad não tem, como o conector para cartão de memória que permite ampliar a capacidade. Mas o iPad tem aplicativos que, na média, são mais bem acabados que os do Android. E, ao menos por enquanto, todos esses apps rodam no iPad 2.
Isso não significa, é claro, que não valha a pena investir no modelo novo. Como acontece com as pessoas que estão comprando o primeiro tablet, a decisão vai depender do orçamento e de quanto você deseja ter a tecnologia mais avançada.
Internet: 3G/4G ou só Wi-Fi?
No Brasil, a diferença de preço entre um iPad 2 com e sem conexão 3G é 450 reais. Ela poderá ser um pouco maior entre um iPad 3 com e sem conexão 4G (nos Estados Unidos, são 130 dólares de diferença). A isso, soma-se o custo de ter um plano de dados para o acesso à internet pela rede celular. Pesquisas mostram que muitos usuários compram um tablet com 3G mas nunca chegam a usar esse recurso, conectando o aparelho à internet apenas via Wi-Fi. Diante disso, cabe perguntar se vale a pena comprar um iPad com 3G/4G.
Se você vai usar o tablet principalmente em lugares onde existe Wi-Fi e seu smartphone pode ser empregado como hotspot pessoal, compartilhando a conexão 3G com outros aparelhos, o mais sensato é comprar um iPad com Wi-Fi apenas. No iPhone, por exemplo, esse compartilhamento é simples. Basta ativá-lo na tela Acesso Pessoal, que é parte dos ajustes do smartphone da Apple. Muitos aparelhos com Android também possuem esse recurso. Usando-o, você não vai precisar pagar uma segunda conta telefônica para conectar o tablet à internet via 3G.
A resposta fica menos óbvia se seu smartphone não possui o recurso de hotspot pessoal. Nesse caso, a primeira coisa a avaliar é se não seria melhor trocar de smartphone antes de comprar o tablet. Se você decidir manter seu celular atual, então pode considerar um iPad com conexão 3G/4G. Essa opção também vale se você pretende usar o acesso pela rede celular com muita frequência. Nesse caso, ter a conexão 3G/4G no tablet vai ajudar a poupar a bateria do smartphone.
Mas note que, ao menos por enquanto, o novo iPad com conexão 4G LTE só vai funcionar, no Brasil, na velocidade do 3G. Ainda não há redes celulares LTE em operação no país. As primeiras devem ser inauguradas até o início da Copa de 2014.
Capacidade: 16, 32 ou 64 gigabytes?
A resposta depende de qual tablet você vai comprar – iPad 2 ou novo iPad. Até agora, um iPad com 16 gigabytes de memória atendia às necessidades da maioria dos usuários. Nesse espaço, é possível colocar muitos aplicativos, músicas, livros, revistas, fotos e alguns poucos filmes. Isso ainda vale, em parte, para o iPad 2. Nos Estados Unidos, esse tablet está sendo vendido apenas na versão com 16 GB de memória.
Mas é bom observar que os aplicativos estão ficando maiores para suportar a tela de alta definição do novo iPad. Apps que foram atualizados nos últimos dias praticamente dobraram de tamanho. Assim, mesmo que você decida comprar um iPad 2, pode ser melhor investir na versão de 32 GB, que ainda é vendida no Brasil. Assim, não haverá falta de capacidade no futuro.
Já o novo iPad exige mais espaço de armazenamento. Sua câmera de 5 megapixels produz arquivos maiores que os do iPad 2, que tem câmera de 0,7 megapixel. Como uma das atrações do novo tablet é a tela de alta definição, você vai querer ver filmes também em HD, que ocupam mais espaço que aqueles em definição padrão. Assim, no caso do novo iPad, é melhor esquecer a versão de 16 GB e investir em pelo menos 32 GB de capacidade. A versão de 64 GB vale a pena principalmente para quem pretende armazenar muitos filmes – o tipo de conteúdo que ocupa mais espaço na memória.