O problema do sobreaquecimento já havia sido observado em gerações anteriores do iPad (Matthew Lloyd/Getty Images)
Maurício Grego
Publicado em 19 de março de 2012 às 12h54.
São Paulo — Relatos em fóruns de discussão na web indicam que, em certas situações, o novo iPad tende a se aquecer demais. No fórum da Apple, havia cerca de 120 mensagens abordando o problema nesta manhã de segunda-feira. Outro site, o MacRumors, exibia três páginas de comentários sobre o assunto.
A ocorrência mais comum nos relatos é um sobreaquecimento incômodo – mas que não impede o uso do iPad – no canto inferior esquerdo (quando o tablet é visto na posição retrato). Segundo os usuários, o aquecimento é mais incômodo quando a luminosidade da tela é ajustada para o máximo e quando se usa a conexão 4G LTE para acesso à internet.
A história lembra outra, que aconteceu em 2010 com a primeira geração do iPad. Alguns usuários relataram que seu iPad se desligava ao ser usado em lugares muito quentes. Quando esse problema acontece – o que é raro – o tablet mostra uma mensagem dizendo “O iPad precisa resfriar-se”, e desliga-se. O usuário fica impossibilitado de usar o aparelho até que a temperatura volte ao normal.
As especificações técnicas do novo iPad indicam a mesma temperatura de operação das gerações anteriores: de zero a 35ºC. Logo, usar o tablet da Apple numa região quente, onde a temperatura passa de 35ºC, traz risco potencial de superaquecimento. Mas, a julgar pelos relatos iniciais, esse problema deve ser bastante raro.
Como os demais dispositivos móveis da Apple, o novo iPad não tem ventilador. Steve Jobs abominava ventiladores por consumirem energia e produzirem ruído (a famosa implicância de Jobs com os ventiladores contribuiu para o fracasso do Mac Cube, um computador elegante, mas fraquinho, que a Apple produziu 12 anos atrás).
O novo iPad tem processador mais potente que o do iPad 2. O suporte a redes celulares 4G LTE exige um transceptor de rádio capaz de trabalhar em mais frequências e de transmitir e receber dados em maior velocidade. Além disso, supõe-se que a nova tela Retina, de alta definição, consuma mais energia, que é fornecida por uma bateria de maior capacidade. Tudo isso pode fazer com que a produção de calor seja maior no novo modelo que no iPad 2 – o que fornece uma possível explicação para o aquecimento observado pelos usuários.