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Novo estudo descarta relação entre celular e tumor cerebral

Usuários de celulares há quinze anos não apresentaram riscos mais elevados

O uso de celulares não é um fator de risco para o desenvolvimento de um tumor específico do cérebro, o neuroma do acústico  (Spencer Platt/Getty Images/AFP)

O uso de celulares não é um fator de risco para o desenvolvimento de um tumor específico do cérebro, o neuroma do acústico (Spencer Platt/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2011 às 22h10.

São Paulo - O uso prolongado de celulares não se mostrou um fator de risco para o desenvolvimento de um tumor não cancerígeno no cérebro, segundo um estudo publicado no American Journal of Epidemiology. A pesquisa, divulgada poucos meses após o alerta da Organização Mundial de Saúde sobre os riscos do celular, apontou que o uso contínuo e prolongado do aparelho não aumenta os riscos do neuroma do acústico, um tumor do nervo auditivo.

Apesar de ser um tumor não cancerígeno (um tecido formado por células alteradas, mas que não sofre metástase), os neuromas do acústico se formam no nervo central do ouvido e crescem lentamente em direção ao cérebro. Eles podem causar sintomas como zumbidos nos ouvidos, tonturas e problemas de equilíbrio e, em um número baixo de casos, podem crescer o suficiente para se pressionarem contra o cérebro e colocarem o paciente em risco de morrer.

Energia - Embora não sejam cancerígenos, os neuromas do acústico são importantes para saber se, de fato, os celulares podem aumentar os riscos de câncer no cérebro. “Os neuromas do acústico crescem na área do cérebro que absorve a maior parte da energia emitida pelos celulares”, diz Joachim Schuz, coordenador do estudo e parceiro da Agência para Pesquisa sobre o Câncer da Organização Mundial de Saúde (IARC, sigla em inglês).

Assim, era esperado que, se os celulares fossem um fator de causa para o aparecimento de tumores, pessoas que usaram o aparelho por um longo tempo tivessem índices mais altos de neuromas do acústico. Mas, de acordo com a pesquisa, essa relação não se mostrou verdadeira.

Durante a fase de estudos, foram analisados mais de 2,8 milhões de dinamarqueses adultos que haviam usado o aparelho nos últimos quinze anos. Desses, apenas mais de 800 foram diagnosticados com o neuroma acústico entre 1998 e 2006. E aqueles que usaram os celulares por mais tempo – pelo menos onze anos – não tiveram riscos significativamente maiores, quando comparados aos que usaram pouco ou não usaram celulares.

Causa e efeito - Tanto o estudo atual quanto os levado em consideração pela OMS no início do ano podem apenas mostrar uma correlação entre celulares e tumores no cérebro, sem provar uma relação de causa e efeito entre eles. Mas há ainda um outro problema. De acordo com Joachim Schuz, até mesmo os usuários de longa data não usam os celulares há tempo suficiente para que sejam obtidos resultados científicos eficientes. Os neuromas do acústico, por exemplo, têm normalmente um crescimento lento e podem levar anos entre os primeiros sintomas e o diagnóstico.

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