Não são só o Google e a Algar que estão com um projeto de cabo submarino. De acordo com reportagem da Bloomberg, a Telebrás também tem seus planos.
A empresa de telecomunicações estatal pretende gastar 185 milhões de dólares na construção de uma estrutura que ligará Brasil e Portugal, tudo sem depender de qualquer tecnologia norte-americana – uma provável crítica à espionagem praticada pela Agência Nacional de Segurança dos EUA, a NSA.
De acordo com a reportagem, o projeto foi criado ainda em 2012, mas o escândalo iniciado pelo vazamento de documentos feito por Edward Snowden parece ter agilizado o processo de aprovação.
O cabo terá mais de 5.600 quilômetros de extensão e cruzará o Oceano Atlântico, saindo de Fortaleza e chegando a Lisboa, capital portuguesa.
A construção começará no meio de 2015 e deve terminar em 18 meses, e a estrutura servirá para fortalecer a comunicação entre o Brasil e a Europa – que hoje depende basicamente de linhas que passam por território norte-americano.
Planos ainda apontam para a construção de novos cabos para ligar o país diretamente à África e à Ásia, segundo declaração dada por Dilma Rousseff em coletiva de imprensa realizada no último dia 20 deste mês.
A empresa estatal brasileira afirmou à reportagem que só fará parcerias com marcas nacionais, europeias ou asiáticas para a construção, bem diferente do que acontece com o projeto que envolve Google e Algar Telecom.
Entre os nomes citados na matéria, estão a espanhola Islalink Submarine Cables e a fabricante de equipamentos de rede paulista Padtec, que pretende fazer uma oferta para operar o novo cabo submarino por inteiro.
Empresas norte-americanas nem foram consideradas para o projeto, segundo o texto – o que indica uma tendência. A Cisco, que poderia trabalhar na estrutura, é uma das que mais sofre com a desconfiança do mercado brasileiro, e viu inclusive de 13% nos pedidos vindos do Brasil.
E a tendência não se limita ao Brasil: Microsoft e Verizon, por exemplo, também ficaram sem alguns contratos por aqui e também na Alemanha, dois dos países cujos líderes nacionais tiveram comunicações monitoradas pela NSA.
“Até 2016, essas empresas norte-americanas podem deixar de ganhar até 35 bilhões de dólares graças a essas dúvidas relacionadas à segurança de seus sistemas”, segundo a matéria.
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1. Daqui para frente
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1/12 (SXC.Hu)
Há 25 anos, Tim Berners-Lee divulgava a proposta daquilo que daria origem à rede mundial de computadores. Em comemoração à data, o Pew Research Center (PRC) promoveu uma
pesquisa na qual mais de 2.500 especialistas indicaram
tendências que devem guiar a rede nos próximos 10 anos. As respostas mais comuns foram reunidas num
documento. A seguir, veja o que eles acreditam que deve acontecer com a
internet até 2015.
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2. A rede invisível
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2/12 (Dado Galdieri/Bloomberg)
Para os especialistas entrevistados pelo PRC, a internet vai ficar cada vez mais parecida com a eletricidade - que move o mundo hoje quase sem ser vista. "Não pensaremos em 'ficar online' ou 'olhar na internet' - apenas estaremos online", afirmou Joe Touch, diretor do Instituto de Ciência da University of Southern California.
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3. Distâncias menores
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3/12 (Getty Images)
Um dos efeitos que deve se intensificar ainda mais com a expansão da internet é a aproximação e a cooperação entre pesssoas de diversas partes do mundo. "Veremos mais amizades, romances, equipes e trabalhos em grupo globais", afirma Bryan Alexander, do Instituto Nacional para Tecnologia na Educação Liberal, dos EUA.
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4. Dados para decisão
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4/12 (Creative Commons/Flickr/Suicine)
Outra tendência que promete se desenvolver nos próximos anos é a coleta ininterrupta de dados que, analisados, podem passar a influenciar mais nas tomadas de decisão. "Nós editaremos nosso comportamento mais rapidamente e inteligentemente", afirmou na pesquisa Patrick Tucker, autor do livro Naked Future.
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5. Wearables e saúde
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5/12 (Divulgação)
Além de influenciar as decisões, a coleta constante de dados por meio de dispositivos online terá outro efeito colateral. Ela permitirá a detecção precoce da propensão a certas doeças. Nesta missão, os gadgets de computação vestível ou wearables (como o Google Glass) terão papel essencial. É esperar para ver.
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6. Mais protestos
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6/12 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O que hoje acontece na Ucrânia e na Venezuela será cada vez mais comum. A internet será cada vez mais uma ferramenta de mobilização social. "Podemos esperar mais e mais levantes à medida que as pessoas se tornem mais informadas e aptas a comunicar seus temores", afirmou Rui Correia, diretor da ONG Netday Namibia.
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7. Nações online
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7/12 (Aotearoa / Wikimedia Commons)
Hoje, cyber-conflitos e Estado virtual parecem coisas de ficção científica. Porém, até 2025, fenômenos como esse podem virar realidade graças à internet. "O poder dos estados-nações para controlar todo homem dentro de limites geográficos pode começar a diminuir", afirmou ao PRC David Hughes, um dos pioneiros da internet.
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8. Redes menores
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8/12 (ANDRE VALENTIM)
"Vai haver várias internets", afirmou ao PRC o escritor David Brin. De acordo com ele e outros especialistas, a existência de redes complementares à internet é uma tendência. Segundo o pioneiro da internet Ian Peter, o uso de canais alternativos será necessário por questões de segurança - entre outras razões.
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9. Privacidade = luxo
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9/12 (Getty Images)
"Tudo - rigorosamente tudo - vai estar à venda online", afirmou ao PRC Llewellyn Kriel, editor da TopEditor International Media Services. A consequência disso é um mundo menos seguro, no qual preservar a própria privacidade pode se tornar difícil. Muitos especialistas acreditam que a internet deve seguir esta tendência.
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10. Ferramenta valiosa
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10/12 (Divulgação)
Com o aumento de sua importância, a tendência é que a internet se torne cada vez mais visada por governos e empresas. "Governos vão se tornar muito mais efetivos no uso da internet como instrumento de controle político e social", afirma Paul Babbitt, professor associado da Southern Arkansas University.
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11. Educação
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11/12 (Mohammed Abed/AFP)
O acesso universal ao conhecimento será o maior impacto da internet. Essa é a opinião de Hal Varian, economista que trabalha no Google. "A pessoa mais inteligente do mundo hoje pode estar atrás de um arado na Índia ou na China", afirmou ele. No futuro, esta pessoa estará conectada.
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12. Agora, veja o que acontece ainda em 2014
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12/12 (Getty Images)