Kim Dotcom
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
Wellington - Com as revelações de espionagem dos Estados Unidos lançando mais luz sobre uma aliança de inteligência liderada por Washington, uma vítima de espionagem ilegal feita pela Nova Zelândia, país membro da aliança, alertou sobre os riscos do país seguir os EUA "na idade das trevas da espionagem".
Kim Dotcom, fundador do site de compartilhamento de arquivos Megaupload, foi monitorado pela agência de espionagem da Nova Zelândia num trabalho para autoridades norte-americanas. Ele disse em audiência preliminar que o projeto de lei para ampliar a capacidade de vigilância facilitaria a manutenção do controle sobre os neozelandeses por parte dos EUA e de outros países.
"Deveríamos evitar seguir cegamente os Estados Unidos na idade das trevas da espionagem", disse Dotcom sobre o projeto de lei que dá poderes ao Departamento de Comunicação e Segurança do governo da Nova Zelândia (GCSB, na sigla em inglês) para monitorar seus próprios cidadãos.
Uma investigação do governo no ano passado apontou que o GCSB agiu ilegalmente ao fornecer informações sobre Dotcom, que tem nacionalidade alemã e mantém residência na Nova Zelândia, para as autoridades dos EUA antes de uma incursão dramática à casa do empreendedor em janeiro de 2012.
Dotcom e seus colegas foram presos sob acusação norte-americana de pirataria online, lavagem de dinheiro e extorsão. Eles já foram libertados sob fiança, embora tenham movimentação restrita. Um tribunal decidiu que a incursão também havia sido ilegal.
O governo da Nova Zelândia vem se recusando a comentar sobre a cooperação do GCSB com a NSA.