Nova York: o projeto já é visto como um estímulo para a cidade e suas poucas áreas verdes (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2016 às 10h17.
Nova York -- Debaixo de uma área onde ficava um terminal de bondes, no sul de Manhattan, a cidade de Nova York ganhará o que promete se tornar uma de suas grandes atrações turísticas e de lazer: o primeiro parque subterrâneo do mundo.
Inspirado no famoso parque High Line -- construído em cima de uma antiga linha férrea elevada que estava abandonada desde 1980 -- o Lowline foi idealizado em 2011 pelo arquiteto e ex-engenheiro James Ramsey, da Nasa.
A diretora adjunta do projeto, Robyn Shapiro, disse à Agência Efe que o projeto conta com o apoio da prefeitura, e com isso o parque "deve abrir as portas entre 2020 e 2021".
O Lowline ficará onde agora está o antigo terminal da ponte de Williamsburg, inaugurado em 1903 e que cancelou seu serviço em 1948. Por enquanto, uma primeira demonstração do espaço, chamada "Lowline Lab", está em exibição no antigo mercado da rua Essex e serve como aperitivo para os curiosos.
Este "laboratório" piloto custou US$ 200 mil, que seus fundadores arrecadaram graças a uma campanha de financimento coletivo pelo site Kickstarter e pode ser visitado todos os fins de semana até março de 2017.
A direção do projeto tem até meados deste semestre para arrecadar os recursos necessários para a construção do projeto final, que conta com um orçamento aproximado de US$ 70 milhões.
As obras devem começar no primeiro semestre de 2018, quando o atual proprietário do espaço, a Autoridade Metropolitana de Nova York (MTA, na sigla em inglês), cederia a licença do lugar.
No "Lowline Lab", que não fica debaixo da terra, mas em um espaço fechado e escuro, os visitantes podem apreciar até 3 mil tipos de plantas diferentes e que ajudarão os organizadores a "estudar e determinar que tipo de plantas crescem melhor no subsolo", ressaltou Shapiro.
O segredo para manter com vida e bem nutrida toda esta vegetação subterrânea? Uma inovadora tecnologia de fibras ópticas e espelhos consegue refletir a luz solar desde o terraço do edifício até o interior.
Assim, na rua "se instalarão coletores de luz solar ao longo do dia todo que refletirão a luz de forma homogênea para todo o espaço sob terra", afirmou a diretora adjunta do projeto impulsionado pelos arquitetos James Ramsey e Dan Barasch
A quantidade de luz absorvida diariamente possibilitaria, por sua vez, que a vegetação do Lowline faça sua fotossíntese de forma natural.
O projeto, apresentado pela primeira vez em 2011, já é visto como um estímulo para Nova York e suas poucas áreas verdes.
"Nova York nunca deixa de inovar, isso é o que a faz a maior cidade do mundo", disse a secretária de Habitação e Desenvolvimento Econômico da prefeitura, Alicia Glen, em comunicado.
O futuro parque teria, além disso, um terreno irregular e ondulado que ajuda as plantas a se orientarem conforme a necessidade de luz que tiverem.
"É uma boa alternativa para poder passear por jardins repletos de vegetação nos meses mais frios de inverno", destacou Shapiro.