(Lucas Agrela/Site Exame)
Lucas Agrela
Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 7 de janeiro de 2019 às 08h00.
*Las Vegas – Micro LED já é um nome conhecido de quem acompanha de perto as novidades em televisores. Essa tecnologia foi apresentada pela Samsung no ano passado, como uma alternativa ao OLED, usado pelas rivais Sony e LG. A criação da Samsung promete ser mais duradoura, por não usar materiais orgânicos e, agora, pode ser aplicada em uma TV de tamanho viável para consumidores domésticos.
Se antes, o Micro LED precisava de uma telona de 146 polegadas, agora ele já funciona em telas de 75 polegadas. Mas não se engane: essa tecnologia modular, que pode ser montada como peças de Lego, pode viabilizar telas enormes.
Na CES 2019, evento de tecnologia de consumo mais importante dos Estados Unidos, em Las Vegas,a sul-coreana mostrou um protótipo para provar esse conceito. A nova versão da TV chamada The Wall, cuja primeira geração foi revelada ao mundo em janeiro do ano passado, tem agora até 219 polegadas.
"Tínhamos uma tela muito grande e sabemos que nem todo mundo pode ter uma TV de 146 polegadas em casa. Com a melhoria dos módulos e dos LEDs, foi possível a redução do tamanho e possibilitou novos formatos de displays", diz, em entrevista a EXAME, Guilherme Campos, gerente de produto da divisão de TV da Samsung Brasil.
O feito de miniaturizar a tecnologia de 2018 para um tamanho de tela que já é vendido até no mercado brasileiro é atribuído pela marca a avanços técnicos no processo de embalagem de semicondutores ultrafinos para diminuir a distância microscópica entre os chips de LED. Com isso, a sul-coreana reproduz o efeito de pixels apagados, comum no OLED, que ajuda a deixar os tons pretos e cinza mais puros, livres de interferência de luzes indevidas.
De acordo com a Samsung, no longo prazo, o Micro LED pode oferecer um benefício ao consumidor: por não utilizar materiais orgânicos, como o OLED, que deteriora com o tempo, ele não sofre com o efeito de queima de pixels, conhecido como burn-in.
Se você não sabe o que é isso, vale uma comparação: já aconteceu com você de, após passar muito tempo assistindo a uma mesma emissora, o logotipo dela (no cantinho inferior esquerdo) aparecer mesmo quando mudamos de canal? Isso pode ser um dos problemas causados pelo burn-in. A Samsung já oferece hoje, a alguns de seus produtos premium, garantia de dez anos contra essa condição. O próximo passo é deixar esse problema no passado com o Micro LED.
O conceito de modularidade ainda é uma incógnita para a Samsung. Se por um lado, o Micro LED permite criar filmes ou vídeos publicitários em formatos únicos, ainda não está claro para a empresa quais são exatamente os rumos da produção de conteúdo para esse novo tipo de painel de TV, que liberta o aparelho da–já antiga–proporção 16:9.
No entanto, a CES é o palco de tecnologias avançadas que nem sempre estão aptas para o mercado de consumo no curto prazo. Muitas TVs 4K estiveram presentes em diferentes edições da feira de tecnologia antes de estarem efetivamente ao alcance dos consumidores em ampla escala. O Micro LED, apesar de estar já em seu segundo ano, ainda não tem previsão de chegar ao mercado oficialmente. O que os consumidores já podem esperar para 2019 são as primeiras TVs com resolução 8K.
*O jornalista viajou a Las Vegas a convite da Samsung Brasil